Quem diria que o cronograma da Peugeot guardaria uma novidade para o 408 quase no final do ano? O sedã médio ganha sua primeira edição especial reforçando o “traje esporte fino” que sempre lhe caracterizou. Como as tão aguardadas melhorias de desempenho já vieram com a versão Griffe THP, agora chega a vez de apostar na tecnologia para melhorar o custo/benefício, mas com um toque de exclusividade para terminar de tornar este carro irresistível mesmo competindo em um dos segmentos mais acirrados do país.
As imagens ajudam a comprovar a intenção da Peugeot com este sedã desde a sua estreia no mercado chinês. Depois de uma década de 2000 caracterizada por ressaltar o lado felino da marca com elementos chamativos e uma profusão de vincos fortes e recortes acentuados, os franceses chegaram a 2010 com uma proposta diferente. Jamais cogitaram abandonar a inspiração do animal que ostentam no logotipo da marca, mas passaram a interpretá-la de uma forma bem mais elegante. Cortaram o excesso no tamanho de farois, frisos e lanternas, deixaram os vincos mais retilíneos e ainda conseguiram a medida certa com os detalhes cromados. Por outro lado, ainda aproveitaram a época de renovar alguns projetos para otimizar a oferta: o 508 tomou os clientes que antes se dividiam entre o 607 e o belíssimo 407, enquanto o 408 apostou num estilo muito inspirado no último dos dois mencionados para compensar o fiasco que foi o 307 Sedan. Ou seja, os carros da marca vestiram a esportividade implícita de sempre com elementos de mais classe, para passar a ideia de maior refinamento. É este potencial de sofisticação que a Peugeot busca exaltar com esta série, cuja tiragem estará sugestivamente limitada a 408 unidades.
Este não é um carro que se compra para torcer pescoços com profusões de adesivos chamativos, rodas gigantes ou spoilers espalhados pela carroceria: além da restrição às cores azul ou preta, o sedã se distingue da versão Griffe (da qual a série parte) pela plaqueta que fica à frente dos retrovisores, com o nome da série e o número da unidade. Os fãs da direção esportiva sentirão a falta do famoso 1.6 THP e seus 165 cv, mas é inegável que esta edição combina melhor com o conforto do câmbio automático que comanda o 2.0 16v de 151 cv. Por outro lado, ser uma melhoria da versão de topo significa que seu pacote de série é completo: ele traz alarme, ar-condicionado bizona, bancos de couro, retrovisor antiofuscante e sensores crepuscular e de chuva, entre outros. A segurança se garante com airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS com controles AFU e REF e controle de estabilidade, mas o Limited traz um atrativo a mais: ele troca a tela retrátil acima das saídas de ar por uma touchscreen no próprio console central. Essa mudança caracteriza a adoção de uma central de entretenimento exclusiva: além do que já virou trivial, como navegação GPS, som multimdía e conexão Bluetooth, ele surpreende por trazer leitor de DVD e VCD, entrada e saída auxiliar, saída de som pré-amplificada para subwoofer e até mesmo receptor de TV digital. Tudo por R$ 65 mil.