Talvez você tenha lido no texto do novo Chevrolet Prisma sobre a estratégia usada por algumas montadoras quanto a lidar com dois ou mais modelos em uma mesma categoria, evitando conflitos através de apostar em focos particulares. Como se essa situação não fosse delicada o suficiente, ainda mais difíceis de gerenciar são as em que o mais velho nunca chegou a prever a chegada do “fogo amigo”. Porém, carros como o Freelander provam que mesmo os exemplos mais adversos podem trazer resultados positivos.
Acomodar um novo modelo na linha de uma marca trazendo o menor impacto negativo possível aos já existentes é um desafio muito antigo na indústria automobilística de qualquer país. Fator de novidade, novas opções de personalização, modernidade de projeto… Atrair todas as atenções para a novidade é totalmente desejável no começo, mas a questão está em mais tarde retomar o equilíbrio, e evitar o temido processo de as boas vendas do modelo afetarem a demanda por outro – é o que este meio chama de “canibalização de vendas”. Explicar este conceito se torna mais fácil com um exemplo, e é para isso que se escolheu o caso recente da Land Rover. A ruptura de tradições pesadas com o Evoque acabou resultando num sucesso de vendas para ele, mas também trouxe problemas internos. O Range Rover original não se afetou porque sua oferta de luxo é muito mais clássica, ao passo que o Discovery sempre foi muito mais focado no fora-de-estrada pesado (o Defender ainda mais). Quem se afetou mais, porém, foram as duas primeiras tentativas que a marca havia feito no caminho de oferecer suas qualidades de sempre a novos públicos: as dimensões compactas do Evoque lhe deixam tão ágil para a cidade quanto o Freelander, ao passo que seu estilo fazia muito mais impacto que o do Range Rover Sport.
Ações rápidas e profundas foram o que a Land Rover passou a necessitar, e isso foi o que realmente se fez, ainda que apenas em parte. O irmão esportivo está prestes a seguir o topo-de-linha inglês em sua nova geração, mas o caçula se contentou com as atualizações que agora chegam ao Brasil. O exterior ganhou novos farois e lanternas, ambos usando LEDs, e os farois de neblina ganharam novo desenho e acabamento brilhante. As maiores mudanças estão no interior, cujo console central foi redesenhado e ganhou uma touchscreen de 7” para a central multimídia e uma tela de 5” para o quadro de instrumentos. Esta, por sua vez, pode exibir uma série de informações que inclui a marcha selecionada e o modo escolhido no sistema Terrain Response, tudo possível de controlar pelos comandos do volante. Sua lista de itens continua farta, incluindo sistema de som multimídia Meridian com reconhecimento de voz e freio de estacionamento eletrônico, além de várias opções do couro que reveste a cabine. Outra novidade interessante é que a versão Dynamic agora faz parte da lista fixa, tanto usando o 2.2 SD4 turbodiesel como o 2.0 turbo a gasolina estreado com o Evoque, de 240 cv. Com ele, a versão S 240 parte de R$ 152 mil, SE 240 de R$ 165 mil, Dynamic 240 de R$ 175 mil e HSE de R$ 197 mil – o motor diesel encarece o carro respectivamente em R$ 7.900, R$ 6.800, R$ 6.800 e R$ 2.900.