Você lembra de quando este veículo chegou ao país, em 2009? Era a estreia da Chery entre nós, que se fazia na plena época em que os casos chineses de cópias de carros começavam a ter repercussão mundial. Mas mesmo o Tiggo sendo um desses (o outro desta marca era o QQ) a empresa não se intimidou. Pouco a pouco formou toda uma linha no país, e mesmo que nunca tenha representado ameaça real às rivais já investiu em motor flexível e até fábrica nacional. Agora é hora de começar a renovar o que oferece.
As imagens já indicam que se trata de mais um caso de facelift de meia-vida, e é justamente por serem mudanças sem tanta complexidade que resulta difícil entender a demora da marca em exportar a novidade ao Brasil – esta fase surgiu na China em 2010, e pretende dar lugar a uma nova geração em 2015. Mas é sempre interessante reparar que o Tiggo conseguiu recuperar o ar de novidade, algo que é sempre desejável no mundo dos carros. O conjunto da dianteira ficou bem mais agressivo, em que os farois ficaram menores para dar destaque às entradas de ar: os farois de nebina muito mais ressaltados ladeiam a vistosa tomada inferior toda em preto, enquanto o vinco cromado da superior delimita uma parte em padrão colmeia apenas para abrigar o logotipo renovado da Chery. Como era de se esperar, a única novidade nas laterais são as novas rodas de alumínio aro 16”, ao passo que a traseira ganhou nova capa do estepe e luzes redesenhadas – falando nelas, vieram LEDs para a iluminação diurna da dianteira e para as lanternas traseiras. Nada disso busca revolucionar o carro e nem mesmo alterar o conjunto que os donos do antigo já conhecem. As mudanças profundas virão mesmo é com o próximo Tiggo, que no momento ainda está em fase de conceito.
Outras notícias muito boas aparecem ao entrar no carro. O painel mudou por completo, conseguindo o feito de evitar fugir do estilo do antecessor mas ao mesmo tempo parecer renovado e até ganhar certa elegância. Embora um veículo não tenha relação alguma com o outro, pode-se dizer que a evolução seguiu o mesmo conceito do que se viu nos novos JAC J3, dias atrás. As linhas ficaram muito mais condizentes com o que se costuma aceitar no Ocidente, com cores e formas mais discretas do que os chineses costumam usar na terra natal. O novo quadro de instrumentos ganhou leitura muito melhor, o volante agora é multifuncional e até vieram novos porta-copos. O pacote de equipamentos continua no padrão “completo sem opcionais” típico das marcas chinesas no Brasil, mas ganhou sensor de estacionamento traseiro com indicador de distância. Os demais itens de série incluem airbag duplo, ar-condicionado, direção hidráulica, sistema de som multimídia, freios com ABS e EBD e trio elétrico, mas o trem-de-força se manteve inalterado: o Tiggo repete o 2.0 16v Acteco a gasolina de 138 cv de potência e 18,2 kgfm de torque, sempre com câmbio manual de cinco marchas. Não se trata de um motor antiquado, mas levar os 1375 kg do crossover lhe faz acelerar de 0 a 100 km/h em 15s e alcançar a máxima de 170 km/h. O novo Chery Tiggo custa R$ 51.990.