Quando um carro de vendas elevadas é lançado, seja pela primeira vez ou em nova geração, sua lista de versões iniciais quase sempre é longa. Essa estratégia permite ao produto atrair mais tipos de compradores, e ao mesmo tempo serve como um indicador de quais destes são os que aparecem em maior número. Esta última vantagem é crucial para as montadoras porque lhes ajuda a saber de que forma o tal carro vende mais, o que com certeza será usado em seu futuro. Um caso prático disso é a trajetória do EcoSport no mercado brasileiro.
Trabalhar com isso é muito importante porque significa entender melhor o que o cliente quer, e com isso recriar a oferta do produto para que satisfaça essas preferências da melhor forma possível. Ao mesmo tempo, sabendo quais versões vendem pouco, a montadora pode cortar o custo de produzir os eventuais equipamentos exclusivos que as mesmas usavam. Existe a desvantagem de desagradar os clientes das versões que terminaram fora de linha ao final desse “período de teste”, mas para essa estratégia isso é um risco que se precisa aceitar. Quando se fala no crossover compacto da Ford, a popularidade de suas variações mais caras terminou por extinguir a de entrada na linha 2015, chamada S. O EcoSport agora conta com um total de seis.
Quem ficou no posto de entrada é a SE, que começa em R$ 62.990. Sua lista de série conta com airbag duplo, ar-condicionado, bagageiro de teto, direção elétrica, farois de neblina, freios com ABS e EBD, luzes de seta nos retrovisores, rodas de liga leve aro 15”, sistema de áudio Sync com comandos no volante e vidros elétricos. Ela sempre usa o motor 1.6 16v Sigma, que alcança 110/115 cv de potência e 15,6/15,9 kgfm de torque quando usa gasolina/etanol. A versão FreeStyle aumenta esse pacote com assistente de partida em rampa (HLA), controles de estabilidade e tração (AdvanceTrac), alarme volumétrico, computador de bordo, sensor de estacionamento traseiro e rodas de liga leve aro 16”. Esta custa R$ 67.100.
Saindo por R$ 75.390, a Titanium traz todos os itens da versão anterior somados a airbags laterais e de cortina, ar-condicionado digital, bancos revestidos parcialmente em couro, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva e o sistema de partida sem chave, além de trocar os detalhes visuais da anterior pelos próprios. Trocando o motor pelo 2.0 16v Duratec, que eleva aqueles números a 140/147 cv e 18,9/19,7 kgfm, a SE custa R$ 71.490 e sempre usa o câmbio automatizado PowerShift, de seis marchas. Ela traz airbag duplo, ar-condicionado, controle de cruzeiro, direção elétrica, freios com ABS e EBD, luzes de seta nos retrovisores, rodas de liga leve aro 15”, vidros elétricos e os sistemas AdvanceTrac, HLA e Sync já mencionados.
Elevar o orçamento a R$ 77.390 dá acesso à FreeStyle 2.0. Em relação à anterior, ela sempre usa tração integral e câmbio manual de seis marchas, e soma airbags laterais e de cortina, bagageiro de teto com barras transversais, bancos revestidos parcialmente em couro, computador de bordo, rodas de liga leve aro 16” e sensor de estacionamento traseiro. Por último, a Titanium 2.0 troca a tração 4x4 pelo câmbio PowerShift, e justifica seus R$ 81.890 com o pacote anterior somado a ar-condicionado digital, espelho retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva e sistema de partida sem chave. As duas últimas versões repetem as exclusividades visuais das respectivas equivalentes equipadas com o motor 1.6.