Nissan Versa 2015

Clique para ver em alta resoluçãoQuatro anos atrás, as importações do México estavam em alta, e entre os sedãs compactos a moda era aliar espaço farto a preço baixo. Para o Versa, ter seguido essas tendências tão fielmente foi bom, porque permitiu que ele conquistasse seu espaço no Brasil com facilidade, mas também foi ruim, porque ele perdeu os holofotes assim que o gosto do consumidor voltou a mudar. Agora, ele segue os passos do irmão March e apresenta um conjunto de retoques, visando não só retomar a atenção de outrora como também tornar-se tão competitivo (e vendido) quanto os concorrentes mais tradicionais.

Quem acompanha as novidades do mundo automotivo com frequência já sabe: esta é a versão brasileira do facelift que o Versa recebeu em todo o mundo. Como se trata de um projeto ainda novo, a Nissan se limitou a uma tentativa de melhorá-lo, corrigindo pontos fracos sem desfazer o que o mercado vê como vantagens. No caso do Brasil, uma das novidades mais interessantes é a produção nacional: assim como o March, o sedã passa a vir de Resende (RJ), e agora apresenta uma série de evoluções, especialmente quanto à mecânica e aos equipamentos. Tudo isso é parte do plano de readaptar o Versa ao padrão de sua categoria, e nesses dois casos ele tem tudo para prosperar. É uma pena, porém, que em um dos mais importantes não chega a ser possível dizer o mesmo.

Desenhos de gosto questionável costumam ser ocorrências completamente isoladas na linha de uma empresa, como quando se tenta introduzir uma nova linguagem de estilo. Mas o caso da Nissan foi diferente. Quem colocar o Versa ao lado dos seus irmãos maiores vai perceber a semelhança com facilidade: luzes com desenho fluido e recortado, elementos da dianteira agrupados como dois trios visualmente conectados, teto com curvatura suave, traseira curta mas bem definida… Pode-se ver que a intenção da Nissan foi das melhores. Contudo, até agora os japoneses ainda não encontraram uma maneira de “reduzir a escala” do desenho de Sentra, Altima e Maxima sem perder uma parte tão grande da elegância esportiva que caracteriza suas gerações mais recentes.

Por outro lado, se nem mesmo o toque de modernidade trazido pela nova dianteira foi suficiente para reverter suas críticas, saiba que até a última delas tem chance de desaparecer uma vez que você abrir as portas. Com dimensões dignas de sedãs médios, a cabine continua sendo o maior trunfo do Versa. Em vez de exagerar em partes cromadas ou múltiplos tons de revestimento, o espaço agrada simplesmente por ser enorme. Ela passou a se destacar também pelos equipamentos, mas somente na nova versão Unique: criada exclusivamente para o Brasil, ela ocupa o topo da linha e oferece padrão exclusivo de acabamento, ar-condicionado digital, fixação Isofix no banco traseiro, luzes de seta nos retrovisores, revestimento completo em couro, rodas de liga leve aro 16”, central NissanConnect e volante multifuncional.

Outras novidades do Versa se escondem sob o capô. Ele agora oferece o motor 1.0 estreado pelo irmão, que possui três cilindros e doze válvulas, e gera até 77 cv e 10 kgfm. O motor 1.6 16v, por sua vez, ganhou o sistema FlexStart da Bosch, que dispensa o tanque de partida a frio, e mantém os 111 cv e 15,1 kgfm – ainda não se fala em opção de câmbio automático ou CVT. Essa oferta dupla faz parte do novo posicionamento de mercado que a Nissan preparou para o sedã. Agora livre da restrição das importações mexicanas, ele pode competir com modelos mais populares nas versões 1.0 (básica por R$ 41.990 e S por R$ 44.990), e com os mais requintados usando o motor maior (SV por R$ 46.490, SL por R$ 49.490 e Unique por R$ 54.990). No entanto, qualquer versão tem garantia de dois anos e revisões com preço fixo até 60 mil quilômetros.