Minivans médias e multivans

Este segmento veio ao Brasil quase duas décadas depois do surgimento mundial, mas se engana quem pensa que veio com timidez: a confiança dos fabricantes foi tanta que as pioneiras Scénic, Xsara Picasso e Zafira vieram à mesma época (2001) e todas com produção nacional. Os problemas vieram quando o passar dos anos levou o ar futurista do lançamento, o que iniciou a divergência de destinos. Algumas se renovaram mais cedo, outras mais tarde e outras só saíram de cena, mas o fato é que este segmento ainda consegue cativar toda uma legião de famílias.


Chevrolet SpinChevrolet Spin: Nada melhor do que começar com a novata daqui. Este projeto foi feito no Brasil e já segue as tendências da nova GMB, o que explica a redução de custos e a linguagem de estilo. A Spin não é de ganhar prêmios de design porque seu estilo volumoso foca no espaço. Ela ganha pontos por oferecer cinco ou sete bancos com fácil operação e um pacote de itens atraente desde a versão básica. Sob o capô temos o 1.8 de sempre, mas refeito para maior economia e que pode trazer o câmbio automático vindo do Cruze.
 

Chevrolet ZafiraChevrolet Zafira: Suas origens da Opel alemã se revelam nas linhas retas, que nunca surpreenderam mas também parecem que nunca vão envelhecer. Os detratores da Spin podem alegar que a Zafira ainda vence na qualidade geral, decorrente dos tempos em que era carro de luxo. Porém, por mais que sua fartura de itens compense o preço ainda alto, a série Collection já explicita seu fim de produção. Ou seja, é a hora de caçar altos descontos para o modelo comum, ou pagar mais para levar uma das 500 unidades da edição derradeira.
 

Citroën C4 PicassoCitroën C4 Picasso: Ela é a sucessora da Xsara Picasso. Mas aqui elas tiveram preços tão diferentes que puderam conviver sem problemas. Aliás, aqui só está a versão de cinco lugares porque a de sete (Grand) ficou ainda mais acima. Seu jeitão francês aparece no desenho, com um toque esportivo que até hoje chama atenção, mas também na espaçosa cabine: o pacote de itens é completo, mas ganha destaque pela tecnologia embarcada e pelo luxo. O motor também é ótimo, mas vir da França lhe faz tropeçar no preço.
 

Fiat Doblò Adventure LockerFiat Doblò: Se nossas multivans se reduziram a apenas o Doblò, é por culpa dele mesmo: a versão Adventure elevou tanto as vendas que ele absorveu o mercado dos rivais da época, e passou a difundir sozinho a categoria no país. Seu primeiro face-lift mudou apenas o que ele precisava: deixou seu desenho externo muito melhor, mas desde o início suas especialidades são outras: sua cabine é enorme, e leva até sete pessoas com espaço e conforto de sobra. Os motores são ótimos, em especial o 1.8 16v, e os preços são justos.
 

JAC J6: Não se pode negar que sua marca foi ousada em oferecê-la com tão pouco tempo no país. Seu desenho não arranca suspiros, mas também não comete erros. O interior segue a tradição da marca, e vem com um pacote de itens fechado e completo. Seu 2.0 16v que lhe dá desempenho e consumo honestos. E o preço é competitivo, tanto com cinco ou sete lugares – a série Movie agrega DVD player com duas telas de LCD. Mas a origem chinesa e suas desconfianças ainda assustam, em especial nesta faixa de preço.
 

Nissan Grand LivinaNissan Grand Livina: Esta é a versão de sete pessoas, mas sua semelhança com a de cinco se aproxima do conceito usado por J6 e Spin. E, assim como as duas, ela aposta na fartura de itens e motor competente (aqui é um 1.8 16v) a preço baixo. Mas seu estilo é mais elegante que o da GM e a reputação dos japoneses é inversa à dos chineses. Isso ajuda a entender por que é um mistério que ela nunca tenha vendido bem por aqui. Pode ser apenas falta de divulgação, porque se trata de um ótimo projeto e que já até virou flex.
 

MalagrinePeugeot Partner: Há pouco tempo o grupo PSA voltou a brigar com o Doblò no Brasil. Trata-se do irmão de projeto do mesmo Citroën Berlingo que tentou a sorte ao redor do ano 2000, mas agora com um face-lift que lhe deixou mais moderno. Ele é simples mas vem bem-equipado, e no início esses franceses eram os mais indicados a quem queria uma multivan que não chame atenção demais – suas vendas sempre foram boas na Argentina, por exemplo. Temos e versão Escapade para os fãs do visual off-road e motor 1.6 16v flex.