Falar de carros ecológicos sempre traz elogios e surpresas relativos às evoluções que vêm sendo feitas, mas as conversas mais longas também recordam uma questão curiosa: por que a maioria deles tem visual esquisito? Por mais que casos como os primeiros Honda Insight e Toyota Prius tenham ficado nos anos 1990, assim como o pioneiro moderno Saturn EV1, esse tabu se preserva até hoje por casos como o Volkswagen XL1. Talvez seja por contrariar essa tendência que a linha “verde” da Ford vem fazendo sucesso, já também no Brasil.
Essa questão é mais importante do que parece porque envolve o cliente em forma direta. Convencer o público a abrir mão da tecnologia conhecida e previsível por uma de reputação ainda desconhecida e que ainda custa mais caro já é uma tarefa difícil por si só. Aplicá-la em projetos exclusivos aumenta a desconfiança porque significa que a manutenção não terá nada em comum com os modelos convencionais, o que quase sempre lhe deixa mais difícil e cara. Por fim, dotar este conjunto de desenho de gosto questionável implica agradar a menos clientes, e portanto um desempenho de mercado insatisfatório. Em outras palavras, converge-se ao que o brasileiro define como um “mico de vendas”. Claro que sempre existem exceções, mas é para minimizar esses riscos que a Ford prefere fazer seus ecológicos como versões dos modelos convencionais. Não se obtém a melhor aerodinâmica possível porque eles foram projetados com outras prioridades, mas se evita todo o potencial de fracasso citado. Depois de chegar ao país em sua versão de topo e esperar alguns meses para ganhar duas mais acessíveis, a nova geração do Fusion agora volta a estender sua propulsão híbrida ao Brasil. Mas se você já está prestes a torcer o nariz por causa do preço, que tal saber que seus R$ 124.990 lhe deixam R$ 9 mil mais barato que o anterior?
As imagens já indicam que somente os mais aficionados pelo modelo poderão distinguir um Fusion híbrido pelo exterior, e isso é precisamente a expressão da vantagem deste carro que já se mencionou. Já sua parte técnica agrada na mesma intensidade através de mudar muito. Trocar o níquel pelos íons de lítio aumentou a capacidade das baterias, permitindo que o motor elétrico agora atue sozinho até 100 km/h, contra 75 km/h de antes. Agora a frenagem regenerativa recupera até 95% da energia dissipada nas desacelerações, o ar-condicionado ganhou um compressor elétrico, e se tem o modo de condução ev+: a partir das primeiras semanas de uso, ele memoriza as rotas mais frequentes e otimiza o uso do motor elétrico nas mesmas. Outros destaques são conhecidos de antes, como o sistema start/stop e o quadro de instrumentos com duas telas de LCD ladeando o velocímetro analógico para permitir que o motorista escolha a informação complementar a exibir e repetir a proliferação de folhas em casos de condução eficiente. A lista de itens de série do Fusion Hybrid se baseia na da versão Titanium, mas só usa tração dianteira. Seu motor elétrico é associado a um 2.0 de ciclo Atkinson para chegar ao máximo de 188 cv usando câmbio CVT e chegando ao consumo de 16,8 km/l na cidade e 16,9 km/l.