Este nome era muito conhecido 20 anos atrás. A Nissan aproveitou a reabertura das importações para estrear seu utilitário no Brasil, e o sucesso foi grande. Pode-se dizer que foi ele quem nos trouxe o segmento de SUVs de luxo, e por alguns anos foi objeto de desejo de um Brasil que demorou a se acostumar com tanto carro novo vindo de uma só vez. Foi uma pena que mais tarde o Nissan sucumbiu à concorrência de Grand Cherokee, Pajero e SW4.
A geração atual chegou em 2004 mas nunca conseguiu repetir o sucesso da pioneira no país, provavelmente pelo fato de que por preço parecido hoje se compram rivais com o peso das marcas Mercedes-Benz, BMW e Audi – quem gasta altas quantias em um SUV de luxo jamais levaria um modelo discreto e que não ostenta o nível que tem. Por isso a marca japonesa passa a apostar num nicho de preço menor, ao trazer também a versão SE por R$ 162.400, que perde equipamentos em relação à LE até então única para o nosso mercado, mas em troca de perder também interessantes R$ 16 mil reais no preço final.
O Pathfinder é um utilitário que mesmo modernizado não abandona as raízes de jipe, voltado à aventura e com mecânica realmente voltada para tal. Isso já se vê em seu desenho externo, que mantém as linhas mais retilíneas para dar ideia de robustez assim como a maçaneta das portas traseiras entre as janelas, item que já virou marca sua desde a primeira geração. Externamente ele só passa a ter o parachoque dianteiro com a parte inferior em preto. A cabine, por sua vez, perdeu itens de luxo: alguns dispensáveis como teto solar, bancos elétricos e faróis de xenônio, e outros mais lamentáveis, como computador de bordo, airbags laterais e de cortina, bancos de couro, sensor de estacionamento e sistema de som mais refinado.
O resto está todo lá, no entanto. Seu conjunto mecânico preserva o V6 4.0 de potência de 269 cv e 39,3 kgfm de torque, comandados por câmbio automático sequencial de cinco marchas. Sua tração é integral All Mode, com diferencial central e ajustes para tração traseira, integral equitativa ou sob demanda, ou reduzida para off-road intenso. As concessões em favor de tanta valentia estão na vida a bordo: sua suspensão ficou macia demais com curvas e buracos, os sexto e sétimo bancos têm tamanho apenas para crianças, e sua construção robusta em chassi e longarinas não preza pelo maior espaço interno possível.