Não é de hoje que a política de impostos do Brasil vem fazendo a indústria automotiva suar para ter êxito por aqui. Os anos 1980 tiveram alíquota baseada na potência do motor, então logo se viram carros cada vez mais fortes, mas “curiosamente” com os registros formais sempre nos 99 cv que antecipavam a tarifa mais alta. A Mercedes-Benz até onde se sabe não fez nenhuma gambiarra desse estilo, mas usou um bom raciocínio com o SLK 2012 para pagar menos.
Suas versões mais baratas antes eram SLK 200 e SLK 350, e não eram ruins de preço. Mas o aumento do IPI faria a primeira ganhar o preço da segunda, e esta ficaria cara em excesso. Então a grande sacada foi trocar as duas por uma intermediária, a SLK 250. Porque seu preço de R$ 249.900 (já com a nova alíquota) seria quase o que a SLK 200 alcançaria, mas agora isso se paga por uma versão mais potente que aquela e mais barata que a outra. Mas é claro que não existem milagres – a Mercedes-Benz só repassou uma parte do aumento ao cliente, cortando a outra dos seus próprios lucros.
Mas o resto continua intacto, e é aí que o SLK fascina. Seu desenho não esconde a inspiração no superesportivo SLS AMG, mas ganha personalidade própria por remeter também à sua primeira geração. Porque ele preserva o estilo de roadster compacto e de frente longa e imponente que virou vedete nos anos 1990, quando surgiu sua primeira geração. Aliás, parte dessa fama veio pela capota rígida de acionamento elétrico, cuja operação leva poucos segundos e até hoje é interessante de ver em carros assim. O interior revela a identidade com o irmão maior em detalhes como as saídas de ar em forma de hélice, e alude aos Mercedes-Benz em geral com o farto pacote de itens.
Se a parte de requinte inclui GPS e farois bi-xenon, a de segurança traz seis airbags, farois bixenônio, LEDs para a iluminação diurna e os sistemas Neck-Pro, que avança os encostos de cabeça numa colisão para evitar o efeito chicote, e o Attention Assist, que emite um aviso sonoro se o motorista passar alguns segundos sem mexer no volante ou pisar nos pedais, porque isso pode indicar sonolência. O novo motor, aliás, é um 1.8 com turbo que gera 204 cv e torque de 30 kgfm, suficientes para levá-lo de 0 a 100 km/h em 6s6 e à velocidade máxima de 243 km/h, com o comando do câmbio de sete marchas 7G-Tronic Plus.