Primeiro vieram os costumeiros flagras de protótipos na internet. Mas quando a Renault lançou o primeiro teaser foi o suficiente. O mundo dos carros ficou louco por saber como seria esse lançamento francês tão importante, a ponto de que a marca decidiu mostrá-lo antes do lançamento oficial, previsto para o Salão de Paris. Soltou até uma foto oficial um dia antes, mas finalmente ele chegou de vez. Renovado por inteiro, muito mais bonito e carregado de tecnologia, como dita a época atual. Ele ficou melhor do que nunca.
Este passa a ser o primeiro lançamento a difundir com força a mais nova tendência de estilo da Renault, porque até então o Twingo a recebeu como um face-lift de meia-vida e o Zoe é um veículo elétrico, de mercado mais restrito. O Clio traz desenho assinado por Laurens van den Acker, começando pela grade que dá ao losango da marca o maior destaque de toda a dianteira. Ele é ladeado por duas faixas pretas que separam capô e parachoque e terminam em dois farois igualmente carregados de personalidade. As laterais ostentam rodas grandes e lataria esculpida com muito bom gosto, usando um ressalto sobre os paralamas traseiros que dão a impressão de ser um carro diferente a cada ângulo que se olhe. As janelas usam linha de cintura sem altura excessiva, e seu corte forma uma elegante subida que termina numa pequena peça depois das portas, cuja função é apenas completar a esportividade trazida pela clássica solução das maçanetas traseiras escondidas entre as janelas – o carro parece ter apenas duas portas. A traseira ficou muito mais elegante, com vidro e lanternas pequenos que ajudam na sensação de caráter realçada por novamente centralizar o logotipo, mas dessa vez com o nome do carro logo abaixo.
A cabine desse lançamento continua a encher os olhos. O console central chama atenção com uma touchscreen cujo formato lembra um tablet. Ela é a responsável por comandar a central de entretenimento do carro, cujas inúmeras funções focam no público jovem: além do sistema de som e navegador GPS, ele garante acesso à R-Link Store, loja virtual de aplicativos da própria marca. O painel compartilha algumas peças com o Zoe, como os difusores de ar, mas agrada pelas linhas modernas de todo o habitáculo. Porém, além da tendência hi-tech, a nova geração do Clio mostra que se modernizou ao seguir a moda da personalização: é possível ter o habitáculo com várias partes pintadas na cor externa. Como todo carro europeu, já é de se esperar que o acabamento dos materiais tenha dado todo um salto, ao passo que o pacote de equipamentos ficou ainda mais generoso. Afinal, a ideia da Renault em fazê-lo evoluir tanto é de que ele combata em pé de igualdade com as safras mais recentes de Citroën C3, Fiat Punto, Ford Fiesta, Opel Corsa, Peugeot 208 e VW Polo. Ou seja, atingir a parcela mais luxuosa dos hatches compactos, enquanto as faixas de preço inferiores ficam com o Dacia Sandero.
Porém, toda essa esportividade visual não seria nada se o carro não encontrasse resposta nos motores. É apenas uma questão de tempo para que a Renault traga de volta as intermináveis séries e versões esportivas que o carro tem na Europa, mas por enquanto ele traz três opções de motor. Usando diesel ele traz o dCi 90, um 1.5 turbo com 90 cv e ótimos 22,4 kgfm de torque, que lhe dão consumo de 31,2 km/l. Já com gasolina temos o TCe 90, um 0.9 turbo de 90 cv e torque de 13,7 kgfm, com consumo é de 23,2 km/l. Para os que gostam de acelerar mais já existe o TCe 120, outro turbinado mas que gera 120 cv e 19,4 km/l. Sempre com câmbio automatizado de seis marchas e dupla embreagem. Ou seja, a marca também sinaliza modernidade ao seguir a tendência do downsizing, que consiste em trocar os motores grandes por doses muito maiores de tecnologia em motores cada vez menores, para conseguir desempenho semelhante mas ao mesmo tempo consumo e emissão de poluentes muito menores. O Clio já vendeu mais de 11,5 milhões desde 1990, ao longo de três gerações, então é de se esperar que esta continue a encher a Renault de orgulhos.