Embora o mercado automotivo esteja dedicando enorme atenção aos projetos “para mercados emergentes”, o conceito oposto também vem merecendo grande destaque. Seja quando colocados no topo da gama da marca ou em sua divisão de luxo, analisar os carros de alto padrão é muito interessante por causa das propoções diferentes que dão aos aspectos que fazem parte de qualquer carro, aliados ainda aos “extras” próprios de cada um. No Brasil, o mais novo exemplar dessa estirpe é este belíssimo hatchback francês.
Grande parte das críticas que não demoram a surgir para estes modelos perde validez pelo simples fato de que analisá-los corretamente requer os padrões adequados, da mesma forma que é descabido escolher a melhor minivan por sua velocidade máxima ou o melhor esportivo pelo tamanho do seu porta-malas. A diferenciação da linha DS em meio aos rivais de cada modelo se extrai de eles não priorizarem um ou outro aspecto de maneira óbvia. Mesmo com os valores diferentes de tamanho e peso, os três conseguem atender aos perfis esportivos tão bem quanto a quem valoriza o porte dos carros de luxo ou mesmo a quem busca sobressair-se nas ruas e nos grupos de amigos. É fácil de imaginar que ter estilo atraente é fundamental para isso, mas o segredo da Citroën está nos detalhes. A dianteira da novidade apresenta uma interpretação de maior porte que a do DS3, com as atenções centralizadas na grade imponente e nos belos farois bi-xenônio. O parabrisa panorâmico termina em um teto curvo como o de um cupê, mas que aqui cobre o hatchback que de longe teve o maior sucesso na tarefa de dissimular as portas traseiras: além da típica maçaneta escondida atrás da janela traseira, você reparou que é o tamanho das janelas que mais ajuda a conseguir essa impressão? Mantê-lo foi tão importante que os vidros traseiros não têm aquela divisória mais fina: as portas abrem levando-os inteiros, e como eles são mais largos que elas, aproveitam que esta clientela não tem problemas com o uso do ar-condicionado.
Todo esse estilo termina numa traseira de desenho muito bem-elaborado: lanternas de formato irregular, parachoque, vidro, tampa do porta-malas, nada parece mais chamativo ou discreto do que deveria. Quanto ao interior, se a altíssima qualidade dos materiais já era de se esperar, o olhar é atraído pela futurista iluminação azul do quadro de instrumentos, e em seguida pela opção que oferece: é possível escolher entre cinco tons de branco a azul entre telas e mostradores analógicos, permitindo que o motorista forme o contraste que preferir. Os bancos trazem massageadores e regulagem lombar elétrica, e seu revestimento em couro traz quatro opções de cor para combinar com a pintura externa: ele vem em prata, cinza ou preto metálicos, e em branco ou vermelho perolizados. Uma exclusividade do DS4 é que os avisos internos, como de pisca-alerta ligado ou de chave esquecida na ignição, são feitos em quatro opções de estilo dos sons: Classic, Crystal Symphony Jungle Fantasy ou Urban Rythmik. Essas características são a real justificativa do preço de R$ 99.990, junto com itens mais triviais como central multimídia com widescreen táctil de 7”, GPS eMyWay, sistema de som Arkamys, seis airbags, controle de estabilidade, Hill Assist, alerta de presença nos pontos cegos e sistema de ajuda à baliza. Este carro repete o motor 1.6 THP de 165 cv, acelerando de 0 a 100 km/h em 8s2 e chegando à máxima de 212 km/h, usando câmbio automático de seis marchas com opção de trocas manuais.