Falar que um carro passou por “mudanças parciais” quase sempre desperta a ideia de que o seu exterior foi renovado, às vezes a cabine também, mas quase nunca a parte estrutural – o termo facelift ficou famoso nos países emergentes por conta disso. Porém, existem casos em que um carro começa a precisar de novidades mas sempre dependeu muito do desenho atual para manter a aceitação em alta. O conjunto da nova linha do Sorento é mais uma prova do quanto a Kia confia nos trabalhos de seu departamento de design.
Se o ciclo de vida de um modelo dependesse apenas da vontade de cada setor, é quase certo que qualquer montadora seria unânime quanto a renovar um modelo com um projeto inteiramente novo sempre que fosse necessário. Passar ao jogo de estratégias que requerem as alterações parciais é uma pura consequência da necessidade de se lidar com toda a questão dos custos. A intenção costuma ser devolver a sensação de novidade àquele carro sem investimentos muito grandes, mas em geral também se aproveita para efetuar melhorias como adicionar itens ou reduzir preços. O primeiro alvo tende a ser o exterior porque sem dúvidas é a parte que se observa mais facilmente. É esta exata razão, aliás, que também explica por que nesses casos não se costumam mudar itens como suspensão ou tamanho das portas: sai caro demais e não se percebe fácil. O caso da Kia precisa de atenção diferente porque parte do sucesso do Sorento vem do design. Ele é mais um integrante da geração dos veículos da marca cuja fama disparou no momento em que adotou a tão famosa linguagem de estilo criada por Peter Schreyer, de forma que não valeria a pena arriscar a perder seu equilíbrio encarando as limitações de uma mudança parcial. Sendo assim, quais seriam os 80% de partes modificadas que a nova fase do Sorento apresenta, segundo a marca?
Estrutura. Os coreanos contrariaram a “regra dos facelifts” e fizeram da nova traseira a maior mudança externa, com desenho muito mais estilo para tampa e lanternas, estas com um arco formado pelos LEDs de freio. Além do metal de alta resistência usado em 25% da carroceria, a rigidez à torção aumentou em 18% com um novo chassi, ao passo que a suspensão ganhou subchassi na dianteira e tamanho menor na traseira respectivamente para reduzir as vibrações e aumentar o espaço interno. Por outro lado, a altura de rodagem do veículo foi reduzida em 10 mm. O redesenho passou pelo interior, adicionando equipamentos como a direção elétrica de modos Comfort, Normal e Sport e a central multimídia com touchscreen de 7” desde a versão de entrada. Por R$ 114.900 inclui rodas de 18” ela traz sete lugares e câmbio automático de seis marchas, com um motor 2.4 de 174 cv. A versão de topo passa a R$ 149.900 e segue a prática já comum no segmento de reter os itens de luxo mais alto, tais como farois de xenônio, controle de estabilidade, dez airbags, bancos elétricos, sensores de estacionamento e teto solar duplo. Ela também leva sete passageiros mas conta com tração 4x4, além de trocar o motor por um 3.5 V6 de 278 cv. Mostrado pela primeira vez no último Salão de Paris, o novo Sorento já se encontra disponível na rede de concessionárias da marca.