Quem poderia imaginar que aplicar as habilidades dos patos ao mundo dos carros traria resultados tão positivos? Pode-se dizer que a maior parte do sucesso dos crossovers vem da filosofia de “andar mal, nadar mal e voar mal mas andar, nadar e voar”. Reunir em um só veículo o melhor de múltiplas categorias era um desejo antigo da maioria das montadoras, mas a configuração que caiu no gosto do público só se encontrou há alguns anos. Conheça um pouco mais sobre ela com o mais novo exemplar que chega ao Brasil.
Por mais que os entusiastas de carros sejam muitos em quase qualquer país, os motoristas que não os colocam em um pedestal formam uma parcela de vendas até maior que a primeira. Como são um tipo muito diferente de consumidor, a escolha frequentemente se faz entre modelos de várias categorias, e os fatores decisivos podem chegar a ser detalhes de estilo que agradaram mais ou então uma opção de cor exclusiva, para citar exemplos aleatórios. Não se trata de um cliente melhor e nem pior, mas sim mais um cliente… e que responde por milhares e milhares de vendas. Crossovers vendem bem especialmente porque caem como uma luva no gosto desse público: os desejos não especificam foco mas exigem qualidade, e é com isso que são atendidos – em cada vez mais estilos, tamanhos e preços, sem contar marcas. Este foi o rumo tomado pela Toyota para chegar à atual geração do RAV4. Ele deixou o aspecto de “jipe de praia” da fase inicial para ganhar em habitabilidade e, com isso, atrair as famílias jovens, e não tanto os grupos de jovens. Ainda não foi dessa vez que os japoneses se aventuraram na faixa menor, que começou a aparecer no mapa como segmento por causa do sucesso do Ford EcoSport, mas o fato é que o RAV4 virou um perfeito rival para os conterrâneos também “promovidos” ao longo dos anos, como Honda CR-V e Kia Sportage.
Estrear a nova identidade de estilo da marca lhe permitiu usar ao desenho como um excelente apelo de vendas. Afinal, por mais que as linhas gerais sejam modernas e de muito bom gosto, a concorrência já está repleta de linhas de cintura elevadas, vincos fortes e janelas terminando em subida. O RAV4 começa a impressionar com os farois em formato de continuação da grade dianteira e depois pelas laterais que conseguem fugir do clichê de encurtar o carro mas também de que ele pareça comprido demais: ele equilibra uma impressão de requinte com a leveza visual. Já a traseira aposta em formas esguias e livres do estepe aparente. A cabine faz mais esforço em lembrar que ele ainda é um Toyota, com estilo agradável mas muito mais conservador – o que pode agradar quem não se acostuma com a profusão de luzes e brilhos de LCD que parece ter vindo para ficar. Importado do Japão, ele desembarca aqui em três versões, partindo de R$ 96.900. Neste preço ele inclui ar-condicionado, freios ABS, sensor de estacionamento e sistema de som multimídia com conexão Bluetooth, usando o motor 2.0 16v de 145 cv com duplo comando de válvulas e o câmbio CVT de sete marchas virtuais. A versão intermediária fica em R$ 109.900 e adiciona ar-condicionado digital bizona, airbags laterais e de cortina, bancos de couro e câmera de ré, além da tração 4x4. A versão de topo troca o motor por um 2.5 com as mesmas tecnologias mas 179 cv, que soma teto solar elétrico e câmbio automático de seis marchas por R$ 119.900.