Este carro é mais uma comprovação de como a cautela que a BMW teve com a segunda geração do Mini Cooper foi recompensada na seguinte. Reinventar por completo um compacto que fez sucesso por mais de quatro décadas com o mesmo desenho era uma medida arriscada porque ainda não se sabia qual seria a reação do público. Mas como ela se mostrou tão positiva em todo o mundo, o terceiro Cooper não só preservou esse ótimo trabalho como decidiu expandi-lo, em variações que até dez anos atrás eram inimagináveis.
Essa estratégia não demorou a provar que foi o melhor caminho que a marca poderia ter tomado. A geração moderna nasceu a partir da reputação e da imagem que o modelo antigo construiu desde 1959, mas pouco a pouco conseguiu a proeza de formar os seus próprios valores para o cliente. Hoje em dia a Mini é uma marca de porte e independência da matriz (ela pertence ao Grupo BMW) tão grandes quanto Acura ou Lexus, por exemplo. É interessante notar que os modelos que lançou até agora podem ser agrupados em pares, cada um com membros de características parecidas mas vocações opostas.
Se o Cooper hatchback se dedica ao desempenho, sua versão Cabrio combina muito mais com passeios mais calmos – essa mesma dualidade é levada a padrões mais intensos entre as variantes esportivas Coupé e Roadster. Já o espaço maior e a terceira porta do Clubman caem como uma luva para as famílias, ao passo que seu parente europeu Clubvan faz as entregas das empresas de luxo. O Countryman veio como a opção mais imponente e de leve vocação off-road, mas até então se encontrava sozinho. A novidade que acaba de chegar ao nosso mercado é a companhia que este último ainda não tinha. Lançado mundialmente durante o último Salão de Paris, pode-se afirmar que essa dupla forma uma escala menor da proposta do Land Rover Evoque.
Chegando ao país apenas na versão Cooper S, o Paceman sai por R$ 139.950. Trazer desenho externo exclusivo já antecipa que sua proposta é muito mais que uma simples versão duas-portas do Countryman. A novidade pretende ter uso muito mais urbano e com um leve matiz esportivo, realçado por elementos como o teto mais baixo, linha de cintura em forte ascensão e lanternas grandes e mais horizontais. Quem já conhece o estilo dos Mini já nem se surpreende ao ver o console baseado em elementos circulares, de forma que fica mais fácil reparar nos bancos: o traseiro é formado por dois assentos individuais, indicando que este carro nem “finge” que aceita um quinto ocupante.
Tal estratégia ajuda a conseguir o Go-Kart feeling desejado pela marca, que busca melhorar a experiência de andar no Paceman também com elementos como rebaixar o centro de gravidade e posicionar as rodas nas extremidades do carro. Por outro lado, é fácil de imaginar que tudo isso recebe a resposta do motor: o 1.6 turbo com injeção direta chega à potência de 186 cv e ao torque de 24,5 kgfm, suficientes para levar o Paceman de 0 a 100 km/h em 7s8 e à máxima de 212 km/h com câmbio automático de seis marchas. Sua lista de equipamentos inclui ar-condicionado digital, central de entretenimento com tela de 6,5”, direção elétrica, farois bi-xenônio, freios com ABS, EBD e BAS, navegador GPS, pneus run-flat, seis airbags, sistema de áudio com dez alto-falantes e teto solar elétrico.
Lançamento da versão All4 (18/11/2013)
Curiosamente no mesmo dia em que a nova geração do Mini Cooper fez sua estreia mundial, chega a vez de seu irmão Paceman ganhar tração integral no Brasil. Chamado pela empresa de Sport Activity Coupé, ele permanece restrito à versão esportiva S, mas adiciona o sistema All4 para chegar aos R$ 149.950. Em um caso como este, é possível imaginar que a maior utilidade do sistema seria garantir boa dirigibilidade mesmo com chuva, porque nem mesmo o Countryman é um Mini com real intenção sequer de sair do ambiente urbano, quanto mais enfrentar trilhas fora-de-estrada muito pesadas.
Com isso, uma vez que se decide ficar apenas entre asfalto e calçadas, é possível desfrutar do excelente pacote de equipamentos que ele traz sem opcionais: estão lá ar-condicionado digital, bancos de couro, computador de bordo, controles de estabilidade e tração, rodas de liga leve aro 18”, sistema de som Harman-Kardon, teto solar panorâmico e navegador GPS. Assim como na versão de tração dianteira, o motor deste Paceman é o 1.6 biturbo de 184 cv e 24,5 kgfm, que usa o câmbio automático de seis marchas para acelerar de 0 a 100 km/h em 8s2 e chegar à máxima de 207 km/h.