Mesmo que você não tenha costume de ler muito sobre o mercado automotivo, com certeza já viu menções ao que tem tudo para terminar conhecido como a tendência de estilo desta década, assim como as linhas fortes e retas nos anos 2000 e a preocupação com a aerodinâmica nos 1990. Os anos 2010 estão vendo o conceito de identidade de estilo aplicar-se em cada vez mais marcas e modelos, porque já se tornou basicamente uma “estratégia de sobrevivência” no mercado de hoje. Mas em que tudo isso consiste, afinal?
Uma forma de expressar essa resposta pode ser o esforço das montadoras em impedir que se deem fundamentos às tão conhecidas manifestações de instatisfação do público que se capitaneiam por frases como “Os carros de hoje são todos iguais”. A questão é que a tarefa de produzir veículos cada vez melhores sempre passa por lidar com questões como condições de rodagem, preferências regionais e a tal aerodinâmica. Por melhores que sejam as intenções de um fabricante, um carro realmente bom não se pode obter sem considerar fatores como esses. Que não só estão fora do controle da empresa como também criam barreiras às suas rivais. É por isso que algumas soluções resultam extremas em excesso para aparecer em um carro de rua, e esta, por sua vez, é a explicação de por que os modelos não podem fazer concessões indefinidas em favor da diferenciação. Como adaptar-se ao mesmo mundo termina fazendo que os carros converjam a um ideal único, a solução encontrada foi a de valorizar as marcas, mais que cada carro sozinho. O primeiro passo para formar uma identidade visual é que a marca defina a linguagem de estilo que deseja aplicar a seus modelos: em poucas palavras, certos elementos externos e internos que todos precisam exibir, e o nível de variação que se permite a cada carro em relação aos demais.
Seguinte a esta é a etapa de verificar a aceitação do público à mesma, seja mostrando carros-conceito ou já lançando um modelo de rua com ela. Os últimos anos vêm mostrando que se ela é bem recebida pode reerguer sua criadora no contexto mundial, como o caso da Chevrolet, ou mesmo iniciar a sua fama. Quando se segue a segunda opção, como Hyundai e Kia desde alguns anos atrás, a próxima ordem é estender a “fórmula do sucesso” ao resto da linha o quanto antes. Este é o momento em que se estuda em que momento do ciclo de vida cada modelo está e como se mantém em sua categoria, para definir que mudanças deverá receber. Como o Cadenza surgiu em 2009, não precisou mais do que o facelift que se revelou no último Salão de Detroit. A famosa grade “boca-de-tigre” vem ladeada por parachoques e farois mais agressivos, enquanto a traseira ganhou lanternas mais imponentes e nova tampa do porta-malas. O interior responde com a adoção da central de entretenimento com tela de 8” e dois novos sistemas de navegação. Os itens de série incluem ar-condicionado digital bizona, bancos com ajustes elétricos e memória, entrada sem chave, revestimento em couro e rodas de liga leve aro 19”. O motor 3.5 V6 de 290 cv e 34,4 kgfm foi mantido, assim como a transmissão automática de seis marchas. O Kia Cadenza renovado custa R$ 139.900.