Você lembra de como o Sentra chegou ao Brasil? Sua estreia se fez no turbilhão da reabertura das importações, na década de 1990. Mas, como muitos dali, ele nunca alcançou vendas suficientes e terminou saindo com a mesma discrição com que chegou. Sua volta ao país levou mais de dez anos, mas vale notar que continuou um processo que dura até hoje: cada geração vem conseguindo sucesso maior entre nós. É por isso que a Nissan não deixa de fazer a sua parte, e agora traz sua fase mais nova com um conjunto difícil de resistir.
Apesar dos esforços da marca, pode-se dizer que o Sentra demorou mais do que o esperado para deslanchar por conta do seu “entorno”. Afinal, a primeira geração chegou ainda na época em que os Nissan eram importados de forma independente, o que na verdade não inspira confiança até hoje. A fase seguinte pode ter chegado já pelas mãos da própria Nissan, mas o problema neste caso foi a estratégia aplicada: era difícil vender com o apelo do custo/benefício um carro que chegou ao Brasil a dois ou três anos de receber a próxima geração. Seu papel aqui terminou sendo o de familiarizar o brasileiro consigo, o que permitiu ao tal sucessor chegar já com o “terreno preparado”.
Nosso Sentra agora estava sintonizado com o resto do mundo, veio todo novo por dentro e por fora e com isso passou a vender pelas qualidades do próprio produto, em vez de apelar ao preço baixo. Isso lhe fez passar apenas a enfrentar as dificuldades de competir em um segmento cujo número de opções só perde para o dos populares. Hoje em dia a Nissan já conseguiu firmar a imagem de qualidade elevada de seu produto também no Brasil, de forma que as atenções da marca desta vez convergem a mostrar tudo o que a novidade traz de uma forma que exalta seu carisma, mostrando que ele também pode trazer aquele “algo a mais”.
Analisar o conjunto com que o novo Sentra chega ao Brasil mostra que a marca teve a interessante ideia de fugir do “caminho fácil”: em vez de escolher um valor como esportividade, requinte, tecnologia ou custo/benefício e associá-lo majoritariamente a este, o carro mostra que sabe agradar por completo. Afinal, suas linhas orgânicas são capazes de deixar o antecessor nos anos 2000 sem saudades, seu interior repete a modernidade associada ao bom gosto, a lista de itens começa no acabamento esmerado e termina na fartura de equipamentos.
Se o trem-de-força não mudou, também não deixou de entregar o que estes clientes buscam: o 2.0 16v flex de até 143 cv e 20,3 kgfm continua associado ao câmbio manual de seis marchas ou ao CVT Xtronic, mas a marca afirma que os dois sofreram mudanças de peças para conseguir consumo melhor – ambos foram avaliados pelo Inmetro com nota A. Suas versões começam com a S por R$ 60.990, que inclui airbag duplo, ar-condicionado, chave presencial I-Key, computador de bordo, direção elétrica, freios ABS, luzes externas em LEDs, rodas de liga leve aro 16”, sistema de áudio multimídia com comandos no volante e conexão Bluetooth, trio elétrico e volante em couro.
Partindo de R$ 65.990, a intermediária SV troca a caixa manual de seis marchas da anterior pela CVT, além de somar ar-condicionado digital bizona, controle de cruzeiro, duas luzes de leitura e tela em LCD de 4,3” para o sistema de som. Por fim, a SL defende o topo da linha pelos R$ 71.990 divulgados desde o começo, incluindo airbags laterais e de cortina, bancos de couro, câmera de ré, navegador integrado, retrovisores com rebatimento elétrico, rodas de liga leve de 17”, sensor de estacionamento, teto solar elétrico e touchscreen de 5,8”, também vindo apenas com a transmissão CVT.