Vender no Brasil carros importados direto da matriz das montadoras pode trazer preços frequentemente excessivos, mas também não se pode negar que dessa forma o atraso em relação à estreia mundial pode ser bem pequeno. Afinal, se a matriz é a primeira a produzir um modelo novo as exportações do antigo só podem durar até que não se tenha mais estoque, ao passo que nas outras fábricas é preciso esperar por toda a adaptação do espaço produtivo. É por isso que o caso da nova J6 não vai completar quatro meses.
Assim como o facelift do J3, a renovação da minivan média dos chineses parece chegar ao Brasil cedo demais – eles ainda chegaram ao terceiro aniversário por aqui. Mas a questão, na verdade, é que a fase anterior foi trazida muito tarde. A linha atual da JAC estreou na China ao redor de quatro anos atrás, e ainda sem considerar a vinda ao Brasil. Isso só foi mudar quando o país começou a retrabalhar sua política de impostos para o setor, e só foi mudar com a rapidez com que mudou porque o tal retrabalho também se fez em pouco tempo. Ou seja, como vir para cá tornou-se tão atraente, a preocupação maior dos chineses passou a ser fazê-lo perdendo o menor tempo possível.
Hoje em dia, depois de ter superado essa fase e começado a conquistar sua fatia em nosso mercado, é que a JAC voltou a seguir o cronograma de novidades da matriz. Nós veremos outras novidades quando sua fábrica nacional estiver pronta, mas por enquanto os holofotes vão para o pacote de melhorias da J6. Ela já pode ser reservada na rede de concessionárias por R$ 57.990 (R$ 59.990 para a versão de sete lugares), e terá as primeiras unidades entregues no começo de outubro. Por mais que ela não tenha recebido mudanças extensas, as imagens mostram que todas foram melhorias, em vez de correr riscos de alterações de gosto duvidoso. No Brasil, a concorrência da J6 vem principalmente de Chevrolet Spin e Nissan Livina.
Por fora, a primeira mudança que se nota é na dianteira. Grade e parachoque deixaram a forma de U para ganhar aspecto mais horizontal, o que traz a vantagem de fazer a J6 parecer mais larga do que realmente é. Também vêm novos suportes para os farois de neblina e detalhes cromados mais discretos. As laterais ganharam apenas novas rodas e luz de seta nos retrovisores, mas a traseira mudou por completo: o destaque agora é o vidro traseiro, cujo desenho ficou mais envolvente e avança sobre o espaço que era das lanternas. Estas estão menores e mais horizontais, unidas por uma espessa barra cromada que sustenta o logotipo da marca e se situa acima do suporte da placa.
Mas os elogios maiores devem ir para a cabine. O painel foi inteiramente refeito e agora alterna partes em preto brilhante com outras em preto fosco, combinação bem mais elegante que a anterior. As luzes agora são azuis, os comandos foram redesenhados, o volante virou multifuncional e as saídas de ar não só mudaram de estilo como também de posição: ficaram mais altas e afastadas, ladeando a tela da central multimídia e acima dos comandos de áudio; os do ar-condicionado ficam mais abaixo, em módulo separado. A J6 continua com o pacote completo de itens de série, incluindo sensor de estacionamento, sistema de som com seis alto-falantes e volante em couro, e também mantém o 2.0 16v a gasolina de 136 cv.