Observar casos como o das linhas 2014 de Chevrolet Malibu e Honda Civic nos Estados Unidos pode levar a questionar se “correções de rota” como as que esses dois receberam são mesmo capazes de trazer o sucesso esperado que curiosamente se falhou em conseguir, pelo fato de que mesmo as menores atualizações que merecem o nome de facelifts já trazem mudanças bem mais extensas. No entanto, a realidade que se vê é que certos casos conseguem mesmo reafirmar a velha máxima de que “menos é mais”.
Poucos lembram ou mesmo conhecem, mas um dos exemplos mais proeminentes dessa história foi o VW Gol. Seu projeto tinha tudo para agradar desde o lançamento, em 1980, mas a modernidade que ele queria trazer com relação ao Fusca era prejudicada pelo uso de motores muito fracos, que incluíam até o 1.3 “a ar” do antecessor. As versões esportivas que vieram mais tarde também ajudaram muito, mas nessa época a maior mudança que se fez foi aplicar a unidade 1.6 da famosa família AP. Para a sorte dos alemães, não foi preciso mais que isso para começar uma carreira de sucesso que se mantém até hoje.
Considerar tudo isso é o que permite especular que a vontade da Toyota seja conseguir pelo menos uma “escala reduzida” dessa história para a sua linha de compactos. Não se pretende que o Etios lidere o mercado, mas sim que caia mais no gosto do brasileiro, o suficiente para trazer vendas mais animadoras e, em consequência, fazer concorrência mais consistente. A tentativa de chegar a isso se faz repetindo a estratégia de apenas melhorar os pontos fracos que sejam possíveis, sem alterar o resto – isso faz parte das filosofias típicas dos japoneses, mas também é fato que investir demais em um carro de apenas um ano de mercado sairia caro em excesso.
Em outras palavras, como as imagens antecipam, mudanças de estilo ficarão para mais tarde. Sua única novidade no exterior são os retrovisores, que ganharam desenho mais aerodinâmico. Quem ganhou muito foi a cabine, a partir da versão X. Os revestimentos ficaram mais escuros e o console central vem em preto brilhante. Vieram novos comandos do ar-condicionado, sistema de som multimídia de visual mais moderno (com comandos no volante mas sem Bluetooth) e revestimento de bancos portas em qualidade melhor. O quadro de instrumentos continua no centro do painel, mas ganhou fundo preto com luzes azuis.
Além disso, as versões XLS trazem saídas de ar-condicionado com aros cromados e o hatchback na XS trocou o motor 1.3 pelo 1.5 – ambos continuam com os mesmos números de potência e torque. Vendida em seis opções de cor externa, a linha Etios começa na versão de entrada do hatchback, que sai por R$ 29.990. A versão X custa R$ 32.790 para ele e R$ 36.590 para o sedã (com R$ 2.900 a mais pelo ar-condicionado). Já a XS parte de R$ 38.990 e R$ 41.490, e a XLS de R$ 42.490 e R$ 44.990. Como o Etios sedã sempre usa o motor 1.5, na linha 2014 a unidade menor ficou restrita às versões básica e X do irmão dois-volumes.