Desde alguns anos atrás, as categorias de carros familiares viraram um assunto delicado para a Fiat do Brasil. Ela nos trouxe seus primeiros representantes no começo da década passada, mas as mudanças que ocorreram nesse meio-tempo não lhes foram muito favoráveis. Doblò e Idea já têm sucessores definidos no estrangeiro, mas eles ainda vão levar algum tempo para ganhar nacionalidade brasileira. Isso é o que explica a tentativa da marca de estender o ciclo de vida destes veteranos através de trabalhar a relação custo/benefício.
Pelo menos no mercado europeu, tais sucessores seriam a segunda geração do Doblò e a inédita 500L, esta para a Idea. O primeiro estreou por lá em 2010 e o segundo em 2012, mas ambos passam pela causa mais comum de demora no começo da produção em outros lugares: a troca de plataformas. Afinal, as novidades são baseadas nas duas plataformas que os italianos vêm usando em seus lançamentos mais recentes, enquanto os brasileiros ainda compartilham a estrutura inaugurada com a primeira geração da família Palio. Tamanha diferença é o que motiva esperar que estes modelos venham somente da planta que a Fiat está erguendo em Pernambuco, porque trazê-los como importados implicaria em preço elevado demais.
Sendo assim, a multivan atual da filial mineira da Fábrica Italiana de Automóveis de Turim não ganha outra opção senão a de integrar o grupo de modelos da marca que recorre a melhorias leves para superar o ano que vem sem perder competitividade no mercado. A nova linha não pretende devolver o Doblò o ar de novidade e nem trazer-lhe algum outro valor novo, mas sim reforçar os que vêm mantendo suas vendas até hoje. Sua combinação única de espaço interno, ergonomia e versatilidade a preços interessantes já lhe fez simplesmente derrotar a ameaça dos rivais Citroën Berlingo, Renault Kangoo e Peugeot Partner no Brasil – este último tanto na vinda da década de 1990 como na tentativa de 2010.
Externamente, as novidades se resumem às rodas: cada versão ganhou um jogo exclusivo, que de série só utiliza liga leve na versão Adventure – Attractive e Essence podem abandonar as calotas mediante opcionais. É a cabine que concentra as novidades mais importantes, na verdade. O revestimento interno ganhou cores mais escuras, o que convém a um veículo de vocação familiar porque é mais difícil de manchar. Além disso, cada versão traz sua própria padronagem de bancos e seu próprio grafismo para o quadro de instrumentos, que compartilha apenas a cor branca da iluminação. Também vieram novos porta-objetos nas portas e o volante multifuncional que fez sua estreia com as linhas mais recentes dos membros da família Palio de primeira geração.
Por fim, a sonorização foi melhorada com tweeters de melhor qualidade, que se encontram na base das colunas A, e com o novo visual do sistema de som multimídia Connect. Todo o demais se mantém inalterado no que tem tudo para ser a última atualização que esta geração do Doblò vai receber. Ainda não se sabem informações sobre a linha 2014 da variante comercial Cargo, mas as expectativas giram em torno de mudanças similares. Usando o motor 1.4 Fire de 86 cv, a versão Attractive parte de R$ 52.780. Passando à versão Essence, o motor é trocado pelo 1.8 16v e.TorQ de 132 cv e o preço passa a R$ 58.840. E com a topo-de-linha Adventure, o mesmo trem-de-força acompanha as exclusividades visuais e o preço de R$ 63.080.