Imagem de produto é algo que vem ganhando cada vez mais atenção das empresas nos últimos anos, praticamente em qualquer mercado. O caminho mais fácil costuma ser apoiar-se nos valores da própria empresa, ainda mais se ela tiver reputação forte, mas expor um produto por si só é importante porque não só lhe permite atender melhor um público determinado como também estimula estas pessoas a preferir o tal produto, e não um concorrente. A transição do primeiro desses casos para o segundo é o que caracteriza a linha 2014 do Land Rover Discovery.
Quando este modelo surgiu, em 1989, os outros modelos da Land Rover eram bem diferentes: o Range Rover já era referência em associar luxo à capacidade off-road, ao passo que a linha Defender continuava a honrar aqueles que preferem exaltar o espírito aventureiro sem “distrações”. Com isso, o Discovery preencheu uma lacuna bem importante na oferta da marca. Ele era tanto uma opção mais acessível ao primeiro quanto uma mais “pacífica” que o segundo, sem deixar nada a desejar ao sair do asfalto. Sua situação só ficou complicada no final dos anos 1990. Com o Freelander na categoria de entrada, ele teve que evoluir em requinte. Mas também não podia ir longe demais porque depois o irmão maior ganhou as versões Sport e Evoque…
Em outras palavras, por mais que o Discovery não tenha perdido seus atrativos, seus irmãos conseguiram seduzir clientes ainda melhor porque cada um se dedicou por completo a um grupo em especial. A Land Rover já deixou claro que está trabalhando em melhorar isso no último Salão de Genebra, quando expôs um teaser sobre a futura geração do veículo. Mas enquanto ela não chega, o modelo atual faz o que pode em sua linha nova, que deve ser no máximo a penúltima desta geração – ela foi lançada em 2003 e reprojetada em 2009. Pode não parecer, mas a principal novidade está sobre o capô. Ele deixou de se apresentar como apenas mais um Land Rover. Agora, uma das primeiras visões que se tem desse carro é que ele é o Discovery. E nenhum outro.
Olhá-lo por mais tempo vai revelar o leve redesenho geral da dianteira, também. Os farois ganharam iluminação diurna em LEDs, o parachoque deu aos farois de neblina molduras quadradas, e a grade mudou o esquema de cor e cromado. Também vieram novas rodas de liga leve, que medem 19” ou 20” de acordo com a versão. De acordo com a escolhida, o preço dele vai de R$ 254 mil a R$ 354.200, com as mais baratas levando cinco passageiros e as mais caras sete. O motor é sempre 3.0 V6 a diesel com câmbio automático de oito marchas com a opção de trocas sequenciais, mas nas versões de cinco passageiros ele rende 211 cv e 53 kgfm, ao passo que nas outras os valores vão para 256 cv e 61,2 kgfm.
Quando se passa ao interior, os maiores destaques são o revestimento em couro Windsor, até então exclusivo da linha Range Rover, o sistema de som Meridian de qualidade premium, cuja versão mais cara traz dezessete alto-falantes e potência de 825 watts, e os sistemas de entretenimento independentes para quem viaja atrás: além da touchscreen central, são duas telas de 8” que vêm com fones de ouvido sem fio e incluem as funções de TV digital e leitor de DVD. Seus itens de série também incluem navegação GPS com gráficos tridimensionais, um sistema que calcula a profundidade da água ao transpor um trecho alagado e sistemas eletrônicos de segurança passiva, como o monitoramento de pontos cegos.