Quando se está em um segmento de competição acirrada, lançar um novo modelo junto com o dos concorrentes pode ser tão benéfico (ou prejudicial) quanto manter alguns anos de defasagem. Entre as picapes médias, como S10 e Ranger são amparadas pela excelente reputação de suas marcas, pelo menos no Brasil elas sempre deram conta de brigar em pé de igualdade em todas as etapas do ciclo de vida. Já as rivais cujas marcas trabalham aqui há menos tempo preferiram usar a segunda estratégia, ainda que os resultados tenham variado bastante.
Chevrolet e Ford trouxeram ao Brasil uma escala menor da competição que mantêm na terra natal há décadas. A vantagem de fazer seus lançamentos quase juntos é que seus atrativos sempre estarão no mesmo nível. Aspectos como modernidade de projeto ou possibilidade de usar preços menores não diferem em quase nada entre uma e outra, de forma que sua competição é bastante parelha. Por outro lado, isso é precisamente o que Hilux, L200 Triton e Frontier precisaram evitar em seus primeiros anos de Brasil, porque suas marcas ainda eram quase que desconhecidas por aqui. O trio japonês apareceu pela primeira vez no começo dos anos 1990, mas sua ofensiva mais importante só se fez cerca de dez anos mais tarde.
Toyota, Mitsubishi e Nissan lançaram as novas gerações de suas picapes enquanto as norteamericanas estavam na metade de seu ciclo. Elas fizeram apostas importantes em estilo, conforto e segurança para seguir as tendências que naquela época ainda estavam nascendo, mas o que tornou o momento realmente favorável foi o fato de suas rivais estarem velhas demais para competir em pé de igualdade mas ainda novas demais para acompanhar todas as novidades. Quem melhor aproveitou essa oportunidade foi a Hilux, porque conseguiu sair do ostracismo para ter uma posição no pódio de vendas da categoria que se mantém até hoje. A Triton, por sua vez, alcançou vendas um tanto menores mas igualmente estáveis. Já a Frontier…
Mesmo mantendo preços competitivos e recebendo atualizações técnicas com certa frequência, suas vendas não conseguiram deslanchar no país – situação ainda pior teve seu irmão SUV, o Xterra, que saiu de linha no país já na primeira geração. A Frontier também tem números estáveis, mas ela sempre fica entre as últimas, superando apenas concorrentes indiretas, como a RAM 2500, e menos conhecidas, como a Effa Plutus. Até agora ainda não se sabe nada sobre mudanças completas para ela mesmo no exterior, mas para o Brasil as previsões não devem ser muito boas. Enquanto isso, a geração atual busca os holofotes mais uma vez com a série especial Platinum, que é limitada em mil unidades e custa R$ 120.890.
Posicionada entre as versões SV Attack e SL, ela sempre vem com motor 2.5 turbodiesel de 190 cv, tração 4x4 e câmbio automático de cinco marchas. Seus destaques são acabamento cromado em grade dianteira, molduras dos farois de neblina e capa dos retrovisores, farois e lanternas com máscara negra e rodas de liga leve aro 16”, além dos logotipos alusivos. Seus itens de série incluem ar-condicionado digital de duas zonas, chave presencial I-key, central multimídia com tela de 5” e câmera de ré integrada, controles de estabilidade e tração, sistema de áudio com comandos no volante, cintos dianteiros com pré-tensionadores, direção hidráulica, piloto automático e trio elétrico. As opções de cor são branco (sólida), prata e preto (metálicas).