Existe um provérbio que se encaixa muito bem no caso deste lançamento. Por mais que ele não seja time de tipo algum, a verdade é que o desempenho comercial do Evoque vem sendo uma verdadeira vitória. Ele consegue ser um daqueles carros que atraem por vários aspectos, em vez de se dedicar a somente um. Seu momento atual é mesmo muito bom, mas o mercado muda o tempo todo. As mudanças que ele ganhou para 2014 têm como meta mantê-lo nessa “crista da onda” por mais algum tempo. Nem mais do que isso e nem menos.
Como ele ainda não tem três anos de mercado, agora ainda estaria cedo demais sequer para um facelift de meia-vida. Mas antes disso é preciso considerar que seu público gosta dele exatamente como ele é agora. Seu desenho agressivo e de personalidade forte começou agradando quando era conceito, e só melhorou ainda mais a imagem da marca quando foi posto à venda quase sem mudanças. Seu estilo moderno e prioritariamente urbano pode ter irritado os puristas, mas veio associado a uma cabine repleta de conforto e à mesma capacidade fora-de-estrada dos demais Land Rover. Este conjunto foi o que lhe tornou sucesso absoluto de vendas no mundo inteiro em tão pouco tempo.
Entretanto, uma montadora deve “relaxar” com o modelo nem assim porque é muito fácil que a situação mude. A concorrência redobra os esforços para lançar produtos melhores, ao mesmo tempo que o próprio público perde o interesse por algo que não tenha mais o tão desejado “sabor de novidade”. Existem empresas que esperam mais do que outras para agir, e quase sempre prosperam mesmo assim. Mas a regra é que esse tempo é proporcional à evolução que o carro deve sofrer para continuar agradando. Sem contar que ele também tem relação com o risco que se assume. Em alguns casos, o então sucesso levou tanto tempo até mudar que mesmo depois de fazê-lo o público não respondeu à altura, porque já havia migrado para a concorrência.
Levar essa proporção para o outro extremo é o que ilustra as novidades do Evoque para 2014. Suas mudanças no lado de fora são novas rodas de 18”, 19” ou 20”, retrovisores menores, cujas luzes de seta agora são um filete de LEDs, e nada mais. O destaque vai mesmo para a lista de equipamentos, que aumentou desde a versão de entrada. O novo Park Assist agora faz balizas e estaciona em vagas a 90° sem interferência do motorista. O controle de cruzeiro adaptativo freia ou acelera o veículo conforme o necessário para manter a velocidade programada. E o sistema start/stop desliga o motor quando o veículo está parado (religando ao menor toque de acelerador), com o objetivo de economizar combustível. Mas ele ainda tem mais.
Por mais que o motor 2.0 turbo de 240 cv tenha sido mantido, ele agora é comandado por uma caixa automática de nove marchas, a primeira a ser usada no Brasil. Fabricada pela alemã ZF, ela promete aumentar o conforto ao mesmo tempo que reduz os níveis de ruído, consumo de combustível e emissões de poluentes, em comparação à antiga de seis velocidades. Para uma condução mais esportiva, é possível fazer trocas sequenciais por borboletas atrás do volante. Por fim, o Torque Vectoring permite distribuir o torque em forma independente para cada roda, o que melhora a estabilidade nas curvas. O Evoque de cinco portas se vende no Brasil em cinco versões, que vão de R$ 192 mil a R$ 277.900. Já sua versão Coupé tem duas, e vai de R$ 195.800 a R$ 281.700.