Escolha um segmento de mercado qualquer. Calçados, refrigerantes, não precisa ter relação com carros. Logo depois, observe que apenas duas ou três marcas associadas a ele lhe vêm à mente por primeiro. Nos dias de hoje, quase todo tipo de produto tem suas vendas oligopolizadas. Uma dedução bastante natural sobre isso é que essas poucas empresas de domínio se esforçam em preservar essa situação tanto quanto as demais procuram destruí-la, mas o fato é que esse cabo-de-guerra tem várias exceções. A Volvo é justamente uma delas.
Quando se passa ao mercado automotivo, não há dúvida que as preferências mais marcadas se encontram na zona de luxo: Ferrari entre os esportivos, Land Rover entre os fora-de-estrada, e Audi, BMW e Mercedes-Benz entre os de família, por exemplo. Em casos assim a maior parte dos trabalhos estratégicos é de “defesa”, porque tanto as decisões de mudar como as de não mudar estão focadas em deixar o mercado o mais intacto possível. Já as empresas de “ataque” têm liberdade muito maior, porque quase sempre é com tentativa e erro que se descobre uma nova ideia capaz de virar a cabeça do público. Algumas destas tentam brigar diretamente com as dominantes, como a Volkswagen com seus modelos mais caros, mas isso traz uma dificuldade que muitas outras consideram desnecessária.
Volvo, Lexus e Infiniti, entre outras, fazem oposição bem mais pontual. O foco é sempre o mesmo (para estas é o trio alemão mencionado), mas não a forma de agir. O caso deste artigo é um bom exemplo porque a versão que acaba de chegar se dirige ao nicho de entrada dos modelos de luxo no Brasil. A linha 60 da Volvo agora compete com nomes como A4/Q5, Série 3/X3 e Classe C/GLK em suas versões básicas, somando a vantagem do preço menor. Como o sedã S60, a perua V60 e o crossover XC60 são frutos da mesma plataforma, pode-se dizer que representam três carrocerias diferentes que envolvem o mesmo conjunto, que por sua vez tem ganhado aceitação muito boa no Brasil ao lado do hatchback V40.
Depois do facelift de meia-vida e da chegada das versões esportivas R-Design, a novidade da vez é um novo trem-de-força. As versões T5 agora usam um motor da própria Volvo (o anterior tinha origem Ford), mas continua um 2.0 turbinado de quatro cilindros. Mas as evoluções já começam no rendimento: a potência chegou a 245 cv e o torque a 35,7 kgfm, contra 240 cv e 32,6 kgfm de antes. A marca também destaca os trabalhos de engenharia que foram feitos, incluindo redução de atrito nos pistões e maior rapidez ao aquecer o combustível nas partidas. Isso aparece em conjunto com o efeito de sistemas eletrônicos como o já conhecido start/stop, que desliga o motor quando o carro está parado, e as novidades relacionadas à transmissão.
Esta, por sua vez, é a Geartronic, fabricada pela japonesa Aisin e que oferece oito marchas (a antiga contava com seis). Ela tem como destaque um sistema redutor de perdas energéticas e a função Eco-Coast, que desacopla a si mesma quando o pedal do acelerador é aliviado, para aproveitar o movimento de inércia do veículo e, com isso, poupar combustível. Em paralelo, como investimentos na performance estão o controle de tração otimizado e o controle de largada, que promove acelerações mais vigorosas. Com o conjunto T5 Drive-E, S60 e V60 só podem vir com o pacote R-Design, e saem respectivamente por R$ 157.950 e R$ 162.950. Já o XC60 pode vir sem ele, em uma versão Dynamic que custa os mesmos R$ 162.950, e com ele por R$ 193.950.