Quando se fala em aventureiros urbanos, qualquer aficionado por carros no Brasil já pode contar a história inteira. A pioneira foi a Fiat Palio Adventure, em 1999. Surgiram kits de acessórios até para modelos como Citroën C3 e Ford Ka, mas o sucesso se concentrou mesmo nas versões Adventure da Fiat e no crossover Ford EcoSport. E depois, as últimas investidas são as versões Cross da Volkswagen e o Renault Duster. Hoje, depois de tanto tempo, todos pensavam que a categoria já havia “dado o que tinha para dar”. Mas quem diria que um presente de debutante ainda estava por vir?
Depois do frisson inicial, os fabricantes mantiveram seus pseudo-aventureiros naquelas duas linhas porque existem vantagens diferentes em cada uma. Lançar versões de carros já existentes é uma solução relativamente barata e que permite aproveitar a imagem dos modelos convencionais, mas foi com automóveis inteiramente novos que Renault e Ford passaram a disputar a liderança desse mercado entre si. Depois de ter fracassado com os kits de acessórios, a Chevrolet levou vários anos até lançar o Tracker. Porém, como as restrições às importações do México deixaram seu preço alto demais para competir com aqueles dois, a empresa resolveu seguir a outra daquelas linhas, visando oferecer uma alternativa bem mais racional.
Por mais desafiantes à logica que sejam, minivans aventureiras já existem há tempos – alguns dos exemplares mais antigos são Renault Scénic RX4 e Fiat Idea Adventure. Mas o caso da Spin é um pouco diferente por conta do seu estilo: o porte maior e as linhas mais imponentes criaram uma sugestão de esportividade que combinou muito bem com a cartilha de estilo que essas variações seguem há tanto tempo. Farois e lanternas ganharam máscara negra, ao passo que as capas dos retrovisores vêm em preto brilhante e o rack de teto e as rodas (de liga leve aro 16”) são outros. Porém, o destaque é da seção inferior: usar plástico preto já é lugar-comum, mas seguir as formas originais deu à versão Activ um nível de harmonia visual difícil de se ver.
Outra mudança importante é tão exclusiva do Brasil quanto polêmica. Enquanto a Spin Activ original da Indonésia foi restrita aos retoques visuais, o nosso modelo incorporou o famoso estepe preso à tampa do porta-malas, que dá acesso ao compartimento da maneira indicada pelas imagens. Muitos criticam essa solução por conta do prejuízo à visibilidade traseira, mas também existem compradores que aprovam a alusão aos utilitários esportivos de décadas atrás. Entretanto, no interior as novidades são bem mais escassas: revestimento exclusivo para os bancos, com uma porção de fundo cinza e logotipo alusivo, e acabamento de painel e portas em preto com detalhes cromados. Todas as mudanças somaram cerca de 75 quilos ao peso final da minivan.
Todo o demais permanece inalterado. A Spin Activ parte da versão topo-de-linha LTZ, mas só será oferecida com cinco lugares. Com isso, ela desfruta de uma lista de equipamentos completa, que inclui a central de entretenimento MyLink, mas também permite ao usuário desfrutar de um porta-malas de 710 litros (o compartimento da versão de sete lugares é menor porque seus dois últimos bancos se rebatem reduzindo a altura útil). O motor é sempre o 1.8 bicombustível de até 108 cv, mas pode ser associado ao câmbio automático de seis marchas – é o único opcional da minivan, e representa uma adição de R$ 3.800 ao preço inicial de R$ 62.060. As opções de cor externa são azul Macaw, cinza Aztec, prata Switchblade e preto Carbon Flash.