Você certamente vai lembrar que os chineses já vendem crossovers desde a época do Chery Tiggo, e isso não se pode negar. A questão, porém, é que os crossovers de agora estão em uma nova fase. Modelos como ele e o Lifan X60 representam o “final do começo” da aparição dos chineses fora da terra natal. Era aquela época em que cada lançamento deles merecia um jogo de sete erros quando posto ao lado de algum carro europeu ou norteamericano. Depois de ter passado anos recebendo críticas tão duras quanto numerosas, a indústria de lá finalmente começou a se reinventar. Hoje, o caminho pela frente ainda é longo, mas esses fabricantes já estão dando passos importantes para alcançar o tão desejado objetivo de deixar de ser motivo de piada.
Passando ao caso do Brasil, essa nova fase se expressa na decisão delas de trazer carros mais caros. A estratégia é arriscada, mas o fato é que também tem potencial de dar certo. Afinal, eles servem tanto para atrair quem realmente quer um modelo mais caro como para melhorar a imagem da marca, o que beneficia sua linha como um todo. O T6 foi lançado no exterior como Eagle S5 no ano passado, e desde então agrada pelo estilo agradável. Da dianteira à traseira, seus elementos de estilo ainda parecem desconexos e inexpressivos, o que evidencia a falta de uma identidade de estilo forte por parte da marca. Porém, também é verdade que essa aposta no lugar-comum lhe deu um ar jovial e agradável. Para muitos gostos, isso é mais que suficiente.
Entrar no carro vai lhe despertar situações bastante parecidas. As tendências mais recentes estão lá, como detalhes em preto brilhante no console central, a zona prateada no volante, os instrumentos envoltos por aros individuais, e o desenho geral com linhas fluidas. O T6 tem mesmo chances de atrair pelo design, como a JAC tanto deseja, mas não de uma maneira tão sobressalente assim em relação ao bom e velho custo/benefício. Este crossover será posto na categoria compacta, competindo com Chevrolet Tracker, Ford EcoSport, Renault Duster e os futuros Honda HR-V, Jeep Renegade e Peugeot 2008. Quanto a itens de série, a empresa afirma que “como todo JAC, ele é completo”. Os únicos opcionais serão bancos de couro e central de entretenimento.
Partindo de R$ 69.990, o máximo a que o T6 pode chegar é a R$ 74.990, com as adições mencionadas. Esse valor se torna ainda mais competitivo com o fato de que ele usa o motor 2.0 16v VVT JetFlex, cuja potência é de 155 cv com gasolina e 160 cv com etanol. Por enquanto ele só vem com câmbio manual, mas seu futuro tem reservada uma versão de luxo com caixa automática e até uma versão turbinada do motor, que vai à casa dos 180 cv. O JAC T6 é vendido com garantia de seis anos, e está disponível nas cores branco Nevada, cinza Mercúrio, marrom Dolomita, prata Imperial, preto Quasar e vermelho Rubi. Ele foi lançado no Brasil de forma oficial durante o último Salão do Automóvel, e suas vendas começam neste mês.