Conversas informais sobre carros costumam buscar o modelo “perfeito”. Uns são eliminados por ser caros demais, outros por ser antiquados, outros por ter espaço interno reduzido, consumir muito, ter mecânica frágil… Em geral, é possível associar pelo menos um desses defeitos a qualquer carro. Mas se existe um grupo que se aproxima muito de ser a exceção, sob uma análise puramente racional, é o dos japoneses. Suas políticas de aperfeiçoamento podem não contemplar estilos arrebatadores, mas nos demais aspectos costumam gerar casos de sucesso tão importantes quanto o carro deste artigo.
Desde a década de 1990, a maior associação que se faz à Mitsubishi no Brasil é a família Pajero. A reabertura das importações estendeu a nós uma linha de utilitários esportivos que vem fazendo sucesso em todo o mundo há trinta e cinco anos. Obter tamanha aceitação pode parecer muito difícil, nos dias de hoje, mas o fato é que este automóvel não fez mais que o que “deveria” fazer: cada modelo da família Pajero oferece uma combinação diferente de luxo, espaço e conforto, mas todas são associadas a excelente performance fora-de-estrada, mecânica resistente e preços na média da concorrência. Não provocam revoluções de estilo ou de tecnologia, mas também não deixam a desejar em nada. Às vezes, o que o público realmente quer não é mais que isso.
Em sua variação topo-de-linha, o Pajero aproveitou o último Salão do Automóvel para exaltar essa concepção que sempre teve. A Full acaba de trazer ao Brasil as leves novidades que recebeu no mercado japonês poucas semanas atrás, todas projetadas para refrescar o conjunto de uma geração que já atrai desde 2006. Comparado ao automóvel vendido por lá, o Pajero nacional restringe as faixas pretas à tampa do porta-malas. No entanto, a dianteira repete o novo parachoque e a grade retocada, assim como os farois com LEDs de iluminação diurna. As laterais ostentam novas rodas de liga leve aro 20”, e a traseira traz nova capa do estepe traseiro na cor preta. Ele já se vende tanto com cinco portas como com três, versão que se chama 3D.
Entrar no carro, porém, traz mais novidades. O acabamento ganhou partes em preto brilhante, os pedais agora são feitos em alumínio, o isolamento acústico foi melhorado com a adoção de novos itens antirruído, e uma central de entretenimento completa passa a ser oferecida: o Pajero Full agora usa câmera de ré, detector de obstáculos, leitor de DVD, GPS, sistema de áudio multimídia e televisão digital. Quanto à parte técnica, os motores podem ser 3.2 turbodiesel de 200 cv e 49 kgfm ou 3.8 V6 movido a gasolina de 250 cv e 33,6 kgfm. O modelo sempre usa câmbio automático de cinco marchas adaptativo com três modos de uso, controles de estabilidade e tração, tração integral com quatro modos, suspensão independente e oito airbags.