Por muitos anos, o brasileiro fez forte associação entre a Chevrolet e a imagem de carro luxuoso. Opala, Monza, Omega e Vectra foram maneiras diferentes de expressar em um carro o melhor da indústria nacional de cada época. O Cruze causou tanto furor entre os fãs porque não só tomou o lugar do último daqueles como também rompeu com o seu conceito – mais que moderno, ele é diferente. Quatro anos depois, porém, a empresa faz um lançamento que pode ser visto com certo déjà vu: é mais um facelift para estender o ciclo de vida atual, enquanto se espera pelo substituto definitivo.
Excetuando o mercado chinês, que várias vezes segue caminhos exclusivos, falar na nova geração do Cruze ainda é recolher uma série de rumores e especulações mesmo no exterior. No caso do Brasil, já se fala em que ele passará à produção argentina, que terá motores mais sofisticados… e que só virá ao redor de 2016. Hoje em dia, um carro não pode passar cinco anos intacto, mas também não pode ganhar mudanças profundas com frequência; as empresas buscam manter o produto na combinação certa entre atraente ao público e sem sair da média de preços dos rivais. No caso do Cruze, o excelente desempenho de mercado é mais um fator que motiva a Chevrolet a tomar uma atitude mais conservadora: as novidades para 2015 são mudanças sutis, mas melhorias expressivas.
Quando se fala em “mudanças sutis”, o foco é definitivamente o visual. Por fora, a única peça nova é o parachoque dianteiro: a entrada de ar principal ficou maior, trocou o padrão colmeia por barras cromadas, e teve os contornos suavizados, enquanto o espaço dos farois de neblina foi redesenhado e ganhou molduras cromadas para abrigar os LEDs de iluminação diurna. A inspiração foi o Cruze norteamericano, mas o nacional recebeu detalhes próprios. O interior, por sua vez, teve o revestimento de couro passado à combinação entre Brown Storm e Dark Ashtray, como indicam as imagens. Por último, vieram novos jogos de rodas de liga leve no mesmo esquema de antes: um para as versões LTZ das duas carrocerias, e outro para a versão LT de cada uma.
Novidades maiores aparecem ao sair da parte de estilo. O sistema de partida a distância é acionado por um botão na chave, com o carro travado: ele liga o motor e o ar-condicionado, este na última programação que recebeu, e faz tudo isso sem acender nenhuma luz, para não chamar atenção. Se ninguém entrar no carro em quinze minutos, ele se desliga de novo. Para quem quiser sair do futurismo, o Cruze também ganhou o Comfort Closing. Agora é possível abrir ou fechar todas as janelas pressionando um só botão da chave por certo tempo, da mesma maneira que os antecessores do Cruze fizeram até a década passada. O último conjunto de mudanças apresentadas pela linha 2015 dos médios da Chevrolet aparece sob o capô.
Por mais subversivo que o Cruze tenha sido, comparado aos sedãs que a Chevrolet ofereceu antes dele, ele honrou justamente uma das tradições menos louváveis: a fama de “beberrão”. O mais novo trabalho que a empresa aplicou para reduzir o consumo de combustível foi uma reprogramação do motor e a nova geração do câmbio automático de seis marchas. O primeiro mantém a potência de 140/144 cv (gasolina/álcool), mas passou a responder com mais vigor e agilidade. Já a segunda oferece trocas mais rápidas, um funcionamento mais suave e leve colaboração na redução dos gastos. De acordo com o site da empresa, os preços do Cruze Sport6 começam em R$ 68.360. Os do sedã, por sua vez, partem de R$ 70.020.