Fiat Bravo 2016

Fiat Bravo 2016Nos anos 1990, o Tipo chegou a ser o carro importado mais vendido do Brasil, mas perdeu força com a ocorrência de alguns casos de incêndio. Depois, o Brava sofreu por nunca ter tido mecânica à altura da esportividade visual. Já com o Stilo ocorreu o contrário: o trem-de-força era bom, mas o marketing nunca trouxe a atenção merecida. E o caso do Bravo pode se resumir com “três anos de atraso”. Somente quando a Fiat melhorar sua estratégia é que vai competir nas categorias médias em pé de igualdade. Enquanto isso, a única saída é amenizar as perdas com soluções temporárias como esta.

Mesmo na Europa, seu design foi tido como um ponto forte desde o começo. Linhas fortes, volumes suaves, vincos sem exagero… O Bravo do século XXI deu uma interpretação ainda mais elegante e esportiva à bela maneira com a qual o Punto integra suas superfícies externas. No Brasil, por mais que carros de porte médio não sejam o campo de expertise da Fiat, a novidade tinha tudo para conquistar o mercado que se via ao redor de 2007. No entanto, ela só foi trazida ao país três anos mais tarde. Não um, como é o costume, mas três. Foi o suficiente para que os rivais começassem a se modernizar e o Bravo perdesse o ar de novidade. A partir daí, só restou aos italianos enfrentar os dissabores de entrar em uma briga muito difícil com um produto que já nasceu envelhecido.

Cinco anos depois, se o Bravo nunca chegou a ameaçar os líderes de sua categoria, pelo menos conseguiu construir um público fiel. E é por causa dele que o hatchback teve direito à sobrevida que se inicia com este facelift: como o irmão europeu saiu de linha há pouco tempo, o modelo passa a ser produzido somente pela fábrica de Betim (MG) por mais alguns anos. O novo visual foi mostrado pela primeira vez durante o último Salão do Automóvel paulista, e procura dar-lhe certo ar de novidade, ao mesmo tempo que o dedica mais do que nunca a cativar principalmente pela relação custo/benefício. Como à esta altura já é difícil esperar que ele roube muitos clientes da concorrência direta, a Fiat prefere apostar em seduzir quem tem carros menores da mesma marca.

Como as imagens antecipam, as maiores mudanças estão na dianteira. A grade superior ficou mais larga, e passou a apoiar o logotipo da empresa em um friso cromado e a placa em uma seção fechada. Já a entrada inferior ficou bem mais larga e chamativa. A grade tipo colmeia e os farois de neblina agora são separados por uma barra cromada de desenho similar à do novo Linea. As laterais exibem novas rodas e novos adesivos, com ambos desenhos variando de acordo com a versão. Já a traseira mostra um parachoque mais agressivo, com duas entradas de ar fora da seção preta e uma saída de ar falsa na parte inferior. A tampa do porta-malas, por sua vez, passa a ostentar o logotipo do modelo em maiúsculas acima do da empresa. E as lanternas têm novo desenho interno e contorno em preto.

Por dentro, o ar-condiciondo ganhou maior vazão, de modo que refrigera a cabine mais rápido. O painel ganhou de série a central multimídia Uconnect Touch com tela de 5”, já usada em outros modelos do grupo FCA. E o espaço inteiro adotou materiais mais nobres e suaves ao toque, com textura que varia entre as versões. Estas, por sua vez, formam outra novidade grande: a Absolute foi trocada pela Blackmotion, que nasceu como edição especial para o Stilo e já virou versão de série no Punto. Essa lista nova é interessante porque segue a nova prática da Fiat de criar diferenciação profunda entre uma e outra: além dos itens já citados, também variam revestimento dos bancos, cores externas, grafismo do quadro de instrumentos e outros detalhes menores de acabamento.

Quanto à parte técnica, a única diferença está no câmbio automatizado. O Bravo agora usa o Dualogic Plus, que é a evolução da unidade anterior e oferece trocas mais rápidas e suaves. Ele pode substituir o câmbio manual de cinco marchas nas versões equipadas com o motor 1.8 16v, que continua a produzir 130/132 cv de potência e 18,4/18,9 kgfm de torque (gasolina/etanol). A versão topo-de-linha T-Jet continua a usar o motor 1.4 16v turbo italiano, que é restrito à gasolina e ao câmbio manual de seis marchas, e eleva aqueles números a 152 cv e 21,1 kgfm. Neste caso, o torque pode ser elevado a 23 kgfm por períodos curtos graças à função Overboost, que é acionada por um botão no painel. Outros destaques do Bravo neste aspecto são direção elétrica, e freio a disco nas quatro rodas, sendo os dianteiros ventilados.

Por R$ 61.990, a versão Essence inclui alarme, ar-condicionado, banco traseiro bipartido, computador de bordo, controle de cruzeiro, farois de neblina direcionais, fixação Isofix, trio elétrico, e volante multifuncional em couro. A Sporting justifica os R$ 67.990 somando suspensão esportiva, rodas de liga leve aro 17”, teto solar Skydome e o conjunto de exclusividades visuais. Por mais mil reais, a Blackmotion traz o seu próprio conjunto visual, e troca o teto solar (ele passa a ser opcional) por ar-condicionado automático bizona, bancos de couro e a central Uconnect Premium, que inclui navegador GPS. Custando R$ 78.490, a T-Jet soma os conjuntos mecânico e visual exclusivos, controle de estabilidade, hill holder, sensor de estacionamento, Skydome e quadro de instrumentos com tecnologia Dot Matrix.