Chery Celer 2016

Chery Celer 2016Quando se fala em carros chineses, as primeiras associações que se costuma fazer são negativas. Design de gosto duvidoso, qualidade de construção baixa, segurança reduzida… Porém, também é verdade que a maioria das montadoras daquele país quer mudar essa imagem – as exceções são as que insistem em imitar carros alheios. E quando se fala nesse desejo de mudar, o esforço que vêm fazendo é grande. Pode não dar todos os passos na direção correta, mas nem por isso se torna menos valorável. Um dos frutos mais novos dessa estratégia é o carro deste artigo, que acaba de ganhar montagem brasileira.

Caso você não lembre, a dupla Celer (hatchback e sedã) forma a linha de compactos da Chery, acima do modelo de entrada QQ. Eles atuam em um segmento de volume muito grande, mas a possibilidade de você não lembrar deles é considerável precisamente porque eles não têm muito desse volume. O mercado brasileiro ainda resiste muito aos carros chineses, por razões como as mencionadas no começo do texto, mas já deu várias provas de que é capaz de mudar quando a ocasião realmente o mereça – o caso mais recente foi a queda de vendas do Ford EcoSport, graças à vinda de concorrentes com melhor conjunto. Assim, é para aproveitar esse clima de otimismo que a Chery optou por fazer mais que uma simples atualização dos seus compactos.

Os dois já saem da fábrica de Jacareí (SP), mas com índice de nacionalização de 35%, falar que são “produzidos no Brasil” é esticar a definição do termo. As mudanças de estilo seguem o modelo chinês, e começam com o estilo. A dianteira ganhou linhas mais modernas e elementos de forma mais horizontal, que o ajudam a parecer mais largo. As laterais permaneceram intactas, como é de costume em facelifts, mas a traseira mudou apenas no três-volumes: vieram lanternas maiores, que avançam sobre a tampa do porta-malas, e esta última trouxe vincos mais imponentes, que dão mais destaque ao logotipo da empresa. Não é nada que impressione, mas o resultado ficou realmente mais agradável, além de certamente ser fácil de notar nas ruas.

Passando à cabine, o painel foi completamente refeito, e agora ostenta linhas mais arrojadas. No caso do quadro de instrumentos, agora há uma pequena tela para o computador de bordo entre os mostradores. Os bancos, por sua vez, têm novo desenho e espuma mais densa. A impressão geral ainda é a de simplicidade, especialmente por elementos como o sistema de áudio básico, mas continua melhor que a do Celer antigo. Como em todo modelo chinês, a lista de itens de série é farta para a categoria: além dos mencionados, estão lá ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, farois com ajuste elétrico, e sensor de estacionamento traseiro. Por outro lado, hatchback e sedã ganharam a versão Act pela primeira vez, como opção ligeiramente mais equipada.

Neste caso, à lista anterior são somados alarme, farois de neblina, sistema de áudio com seis alto-falantes, e rodas de liga leve. O único opcional é uma central de entretenimento com GPS e televisor digital. Quando se fala no trem-de-força, a única opção continua sendo o 1.5 16v flexível, mas com nova calibração para passar a render 109/113 cv de potência e 14,2/15,5 kgfm de torque (gasolina/álcool) – o câmbio é sempre manual de cinco marchas. O novo Celer chega ao mercado começando em R$ 38.990 no caso do hatchback, e R$ 39.990 para o sedã – ambos ficam R$ 2.000 mais caros na versão Act. Nos quatro casos, a garantia é de três anos, e a paleta de cores oferece branco, cinza, prata, preto e vermelho.