Enquanto a maioria dos carros passa seu ciclo de vida lutando contra seus concorrentes diretos para mostrar aos potenciais compradores que vale a pena dar-lhes pelo menos uma olhada mais atenta, sempre existiu um grupo bem seleto que consegue o sucesso “de nascença”. Esse favoritismo pode vir da eficiência (caso do Honda Fit), do estilo (Land Rover Evoque), da pura reputação conseguida com as gerações anteriores (BMW Série 3)… ou mesmo de apresentar uma combinação de todas estas. Este é o caso do nosso mais novo Jaguar.
Dizer que as qualidades deste roadster começam no passado significa relembrar que ele surge como o “sucessor espiritual” do lendário E-Type, cuja beleza fez fama por todo o mundo nos anos 1960. Trata-se de uma linhagem iniciada pelo C-Type em 1951. Ele consistia em aliar o trem-de-força do XK120 da época a uma carroceria em alumínio de peso reduzido e linhas bastante aerodinâmicas, formando um conjunto que venceu as 24 horas de Le Mans pela primeira vez logo na primeira tentativa. Ele também foi vendido como carro de rua, mas completou apenas 55 unidades produzidas.
Ele saiu de linha em 1953 para dar lugar ao D-Type logo no ano seguinte: a base foi apenas melhorada, mas a carroceria conseguiu ficar ainda mais aerodinâmica. Isso lhe permitiu desempenho ainda melhor, suficiente para a Jaguar voltar a ganhar aquela competição por mais três anos. Depois do seu total de 87 unidades produzidas, foi a vez do E-Type. Abrir mão de um pouco da eficiência em prol do estilo resultou a melhor decisão que a marca poderia ter tomado: como se não bastasse ter vendido 70 mil unidades, entre três fases de 1961 a 1974, ele formou uma coleção de elogios encabeçada por Enzo Ferrari, que em seu lançamento afirmou ser o carro mais bonito já fabricado.
Observar as imagens indica com facilidade que o F-Type tem um conjunto digno da linhagem que continua. Suas linhas ficaram tão bonitas porque apenas lembram os antecessores, em vez de tentar parecer-se a eles. Ficou um conjunto de muita personalidade, cuja imponência lhe torna um concorrente à altura de modelos como Porsche Boxster e 911. Seu interior tem um console central que traz à memória o do Chevrolet Corvette, com desenho rebaixado e uma divisão que centraliza o acesso no motorista. Seus equipamentos incluem ar-condicionado de duas zonas, central de entretenimento com tela de 8” e três opções de sistema de áudio, dois da marca Meridian.
Quando se fala em performance ele apresenta destaques como diferencial de deslizamento limitado, auxílio de largada, sistema start/stop e o câmbio automático Quickshift de oito marchas, mas tudo isso se torna ainda mais irresistível ao lembrar que chegará ao Brasil nas três versões em que o F-Type é vendido no resto do mundo. Ele começa na versão V6, que termina de justificar os R$ 419.990 com seu 3.0 de 340 cv que lhe leva de 0 a 100 km/h em 5s3 e à máxima de 260 km/h. O mesmo motor passa a 380 cv na V6 S, com os outros números ficando em R$ 479.990, 4s9 e 275 km/h. Por fim, a V8 S traz o 5.0 Supercharged de 495 cv e passa a R$ 559.990, 4s3 e 300 km/h.