Montadoras alemãs trabalham com uma semelhança que não se costuma ver em outros grupos de conterrâneas. Audi, BMW e Mercedes-Benz aplicam suas linguagens de estilo com muita intensidade, investem muito no prazer ao dirigir, e ultimamente têm buscado novos clientes através de novos estilos de carros. São excelentes exemplos de qualidade, mas não se pode negar que tanta uniformidade também pode reduzir o poder de atração próprio de cada modelo. Para a última daquelas três, pelo menos, esse problema começou a desaparecer.
Outra tradição muito interessante dessas empresas é trabalhar com preparadoras exclusivas, como Brabus para a Mercedes-Benz, Alpina para a BMW e ABT para a Audi. Elas se diferem do caso de AMG ou Motorsport porque trabalham sob encomenda, ainda que com uma linha de produtos predefinida e com independência muito maior: além de volta e meia trabalhar com carros de outras empresas, como elas não são uma montadora e nem formam parte de uma, não se preocupam com questões como o limite eletrônico de 250 km/h que frustra os entusiastas desses veículos há tempos. Porém, pelo menos no caso da Brabus, a relação com a empresa “de base” é estreita o suficiente para ser reconhecida como preparadora oficial de seus carros.
Suas operações brasileiras começam com três carros. Os dois primeiros, C18 e C20, são baseados no Classe C sedã e custam respectivamente R$ 149 mil e R$ 175 mil. Por fora, suas diferenças são mais chamativas que as de uma versão AMG, mas não a ponto de se tornar exageradas. Estão lá rodas exclusivas, alguns frisos cromados adicionais e um discreto defletor traseiro. Já a cabine recebe tapetes exclusivos e pedais e pinos de portas com a marca Brabus, o que denota um gosto bastante original. Quanto à performance, o C18 teve o 1.6 turbo do C180 original melhorado para render 182 cv e 28,5 kgfm, suficientes para levá-lo de 0 a 100 km/h em 8s2 e à máxima de 230 km/h. No C20, o 1.8 turbo gera 224 cv e 33,1 kgfm e eleva os números a 7s6 e 243 km/h.
Por outro lado, se você tem o orçamento (bastante) mais folgado, a marca fez do CLS seu primeiro supercarro a se oferecer de forma oficial no Brasil. O CLS 63 Brabus chama atenção de forma parecida à dos irmãos (o que é uma marca registrada da preparadora), mas ostentando rodas de 19” ou 20”, defletor e difusor de ar traseiros em fibra de carbono e os tais frisos cromados adicionais. Seu 5.5 V8 biturbo foi modificado para gerar nada menos que 620 cv e 102 kgfm, e por consequência as capacidades de acelerar de 0 a 100 km/h em 3s5 e depois até 320 km/h. Este é cotado em 310 mil dólares e ainda incorpora um controle de válvulas no escapamento, que permite ao motorista regular o som que se deixa transmitir.
Como era de se esperar, o primeiro ponto de venda da Brabus será inaugurado na capital paulista, mas a empresa tem planos de se estender a Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Salvador. Ela também pretende trazer os demais modelos que oferece até o fim deste ano, tais como Classe E, GLK e Classe M. Além disso, foi afirmado que as preparações serão comercializadas também nas concessionárias Mercedes-Benz, assim como as revisões desses carros. Outra excelente notícia é que também será possível modificar carros usados, de até doze meses de uso. No Brasil, as tarefas de importação e manutenção de automóveis preparados pela Brabus serão coordenados somente pela empresa Strasse.