No começo da década passada, sua estreia conseguiu surpreender tanto a europeus como brasileiros. Muitos não demoraram a pensar que aquele veículo tão incomum terminaria estaria fadado ao fracasso. Porém, bastou suas vendas terem início e ele não parou de agradar. Ajudou a estabelecer a subcategoria das multivans, e hoje em dia já mereceu ir até aos Estados Unidos. Por aqui, no entanto, pode-se dizer que ele já incorporou vários costumes típicos do mercado brasileiro. Tanto os que são muito bons como os que não tanto.
Uma das razões pelas quais as multivans começaram a fazer sucesso foi o custo baixo. Além do modelo italiano, Citroën Berlingo, Peugeot Partner e Renault Kangoo nasceram com projetos simples e componentes vindos de outros modelos, para tornar sua amplitude de espaço interno o mais acessível que pudessem. Com isso, eles não só deram muito certo como conseguiram atrair compradores novos quase sem afetar o mercado das minivans. O panorama só veio a mudar no final da década passada, quando sua idade começou a pesar. Os quatro receberam gerações novas por completo na Europa, e pouco a pouco conseguiram restaurar o patamar de vendas de antes. Já nos países da América Latina…
Por mais que o Doblò seja fabricado no Brasil e aqueles três na Argentina, o destino foi o mesmo: eles tiveram um redesenho de meia-vida, e desde então vêm sobrevivendo com atualizações pontuais. Mesmo vendo as vendas caindo a cada ano, seus fabricantes ainda não trouxeram as gerações novas porque o investimento para isso seria muito alto. As evoluções seriam muitas, mas o preço subiria de maneira a excluir boa parte de quem os compra hoje, o que só terminaria reduzindo suas vendas ainda mais. Com isso, nos últimos anos a melhor solução parece ser segurar os modelos atuais, reajustando seus preços o mínimo possível e mantê-los em linha enquanto o nível de emplacamentos for satisfatório.
Isso é o que explica a escassez de novidades que caracteriza a linha 2015 da multivan fabricada em Betim (MG). Como seu desempenho de mercado chegou a um patamar estável, que já não depende tanto de publicidade, mudar elementos demais só implicaria em aumentos de preço desnecessários. Por isso, a maior novidade de agora é o sistema de áudio multimídia Connect, já oferecido em outros modelos da marca. Sua função Audio Streaming permite ao consumidor conectar o celular ao carro via Bluetooth, e com isso transmitir por seus alto-falantes as ligações telefônicas e os arquivos de música. Por outro lado, a lista de opcionais foi incrementada com sensor de estacionamento traseiro, o que é muito bem-vindo em um carro deste tamanho.
Além disso, também vieram nova chave canivete com telecomando, novos tecidos para os bancos, estes somente na versão Essence, e a cor Grigio Villa Fosco para a capa dos retrovisores externos e a tampa de recobrimento do estepe, esta última exclusiva da Adventure. Todo o demais se mantém inalterado, incluindo a lista de versões: o Doblò Attractive 1.4 agora parte de R$ 57.950, o Essence 1.8 de R$ 64.610 e o Adventure 1.8 de R$ 69.480. Já a versão comercial Cargo começa em R$ 46.020 com motor 1.4 e em R$ 51.400 com 1.8. O menor motor gera potência de 85/86 cv e torque de 12,4/12,5 kgfm, ao passo que as dezesseis válvulas do maior lhe ajudam a alcançar 130/132 cv e 18,4/18,9 kgfm (gasolina/etanol).