Quando se fala no Classe A, a maioria das descrições explora o fato de ele hatchback, tanto por ser o único que a Mercedes-Benz oferece como por ter surgido como uma minivan, anos atrás. O GLA, por sua vez, costuma ser lembrado como um típico seguidor das tendências mais recentes do mundo automotivo. Já quando se fala no CLA, o que não passa despercebido é o seu papel de “sedã de entrada” da marca. Pode não ser a imagem mais desejável, mas é por causa dela que o modelo vem fazendo tanto sucesso. E é justamente ela que a filial brasileira acaba de reforçar.
Lançar um produto novo é uma tarefa que pode afetar toda a linha de uma empresa. É quase que como um jogo de bilhar: uma nova tacada altera o estado de todas as bolas, em geral. O conjunto começa passando por um período de variações fortes, mas cedo ou tarde termina recuperando a estabilidade. O grande problema, no entanto, é que é muito difícil de controlar qual será esse novo estado. Pode ser que o novo produto atraia clientes novos, pode ser que desagrade os atuais, pode ser que prospere em detrimento das vendas dos demais… No caso da sinuca, pelo menos só se depende da habilidade do jogador. Conciliar estratégias próprias com as determinações do gosto do público, como qualquer empresa precisa fazer, é extremamente difícil.
Passando ao caso do CLA, a Mercedes-Benz traçou um plano interessante. Quando as marcas de luxo começaram a explorar faixas de preço mais baixas, no Brasil, a primeira tentativa dos alemães foi com o Classe C, que até então estava na geração anterior. Com isso, mais tarde o CLA chegou desfrutando do status de novidade, ao ser vendido somente na versão First Edition. Porém, como hoje o Classe C se renovou e já chegou ao país, chegou a hora de o irmão menor ocupar seu lugar verdadeiro. O modelo de agora ainda é importado da Hungria, mas a edição inicial dá lugar à sua linha regular no país: o CLA 200 fica bem mais barato na variação Urban, custando R$ 127.900, sai por R$ 149.900 na CLA 200 Vision e passa aos R$ 187.900 na CLA 250 4Matic – o CLA 45 AMG veio antes.
Destas, a primeira traz bancos esportivos, computador de bordo, conectividade Bluetooth, controle de velocidade, limpadores dos farois, sensor de chuva, sistema de áudio multimídia e volante multifuncional. Já a Vision adiciona assistente de estacionamento, ar-condicionado bizona Thermatronic, banco do motorista com regulagens elétricas e memória de posição teto solar panorâmico e central de entretenimendo Comand Online, com navegador GPS. Por último, a terceira variação daquelas soma central de entretenimento Media Interface (mais sofisticada que a anterior), pacote de anexos aerodinâmicos AMG Sport, retrovisores com rebatimento elétrico, suspensão esportiva e seu principal destaque: sistema de tração integral.
Quanto aos motores, as duas primeiras versões repetem o já conhecido 1.6 turbo, que alcança potência de 156 cv e torque de 25,5 kgfm. Já o CLA 250 4Matic usa um 2.0 turbo, e assim eleva aqueles números a 211 cv e 35,7 kgfm. Estes, por sua vez, são suficientes para acelerar o cupê de quatro portas de 0 a 100 km/h em 6,6 segundos e levá-lo à máxima de 240 km/h (limitada eletronicamente), segundo a fábrica. Nos três casos, a transmissão é sempre a 7G-DCT, que conta com sete marchas e dupla embreagem. Com este conjunto, o CLA finaliza a First Edition e passa a ter toda a oferta brasileira similar à do irmão hatchback. É de se esperar que ela também seja repetida pelo terceiro membro desta linha, o GLA.