Quem gosta de carros costuma defender uma ou outra marca com a mesma paixão dos aficionados de futebol. Uns exaltam a paixão das italianas, outros o carisma das norteamericanas, outros a eficiência das japonesas… Os casos são muitos, e as discussões que motivam costumam durar horas sem perder o ritmo. Entretanto, no momento atual são os alemães que ganham os holofotes: a Stuttgart Sportcar, importadora oficial dos carros da Porsche ao Brasil, anunciou a chegada de quatro novos modelos e já confirmou que os levará ao Salão de São Paulo, que se realiza no próximo mês de outubro.
Dois destes são as versões mais recentes criadas para a geração atual do 911. A Turbo S Cabriolet foi mostrada no exterior no ano passado, de forma que não só começou a comemorar os cinquenta anos do modelo original como também chegou a fazer parte da festa para os quarenta da versão Turbo (os anos foram 1964 e 1973, na ordem). O 911 Turbo cupê foi lançado primeiro, para destacar as novidades relacionadas à performance, depois veio a versão Turbo S para realçá-las, e agora é a vez de ambas perderem o teto. Assim, a Porsche segue a estratégia de “dividir e conquistar” que rege a maioria dos lançamentos de carros nos últimos anos: ao mostrar cada variação do produto em um evento diferente, é possível atrair atenção para todas as suas novidades, uma por vez.
Destes, o Cabriolet que acaba de chegar ao Brasil é o Turbo S, cujo preço de R$ 1,19 milhão lhe dá o topo da linha brasileira. Sua capota tem estrutura de magnésio para reduzir o peso, e se aciona eletricamente em treze segundos, a velocidades de até 50 km/h – a fábrica afirma que sua construção favorece a aerodinâmica. A cabine, por sua vez, traz revestimento exclusivo em vermelho Carrera e preto. Já o motor é o 3.8 de seis cilindros em linha e dois turbos, que gera potência de 560 cv. Usando o câmbio automatizado PDK de sete marchas e dupla embreagem, ele acelera de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos e alcança a velocidade de 318 km/h. Além disso, os testes no ciclo europeu apontam consumo de 10,1 km/l e emissão de 231 g/km de CO2.
Por outro lado, a versão Targa é quase um meio-termo entre o roadster e o cupê. Essa configuração é seu destaque principal devido tanto ao passado como ao futuro. A primeira parte vem do fato de que ele resgata a configuração original, que de 1995 a 2014 foi trocada por um teto deslizante: as colunas B deram lugar a um arco prateado. Atrás dele há um vidro único que envolve laterais e traseira, e entre ele e o para-brisa a parte removível do teto. Esta tem comando totalmente automático e um funcionamento digno da parte “futurista” que se mencionou: o vidro traseiro se desloca para trás, o teto se esconde atrás dos bancos e o vidro retorna ao lugar. Tudo isso chega ao Brasil pelo preço de R$ 739 mil, sempre com o sistema de tração integral.
Para compensar as alterações estruturais requeridas pela operação do teto, a Porsche investiu bastante em reduzir o peso do Targa. A carroceria usa aço de alta resistência e alumínio, o vidro traseiro é laminado e o teto removível é de tecido – a rigidez torsional se recupera com o mesmo aço e com o arco fixo, que identifica os automóveis Targa e oferece proteção adicional em caso de capotamento. Este modelo usa uma versão aspirada do mesmo motor 3.8 e a mesma transmissão automatizada PDK, nesta versão topo-de-linha 4S, e alcança a potência de 400 cv. Isso é suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 4,4 segundos e chegar à máxima de 296 km/h. Em paralelo, o consumo chega a 10 km/l e as emissões de CO2 a 237 g/km.