Quando se fala em trazer carros ao mercado brasileiro, inicia-se toda uma corrida de obstáculos. Além de esperar um bom momento da economia, é preciso estimar qual caminho seguirá a política fiscal, quantos clientes podem ser desviados dos concorrentes mais fortes, quais preços são interessantes tanto para a fábrica como para o público… Não é de se estranhar que percamos tantos modelos a cada ano. Porém, ainda há empresas que deixam o otimismo falar tão alto quanto os números. Uma delas é a Mitsubishi, especialmente quando se fala no mais novo modelo que ela começou a produzir no país.
Embora seja enormemente mais conhecido por sua variação esportiva Evolution, o Lancer também é uma excelente opção como sedã médio convencional. Afinal, seu estilo é agradável, sua cabine não traz problemas de conforto ou espaço, suas listas de equipamentos são fartas, seu motor é moderno, e seus preços são razoáveis. Seu único ponto realmente fraco seria o fato de que ele se mantém quase intocado desde 2007, mas isso se deve às mudanças que a Mitsubishi está planejando para o seu futuro. Ou seja, ele se equipara aos rivais diretos até na sintonia com o carro vendido no exterior. Com tantas qualidades, não é de se estranhar que ele esteja rodeado de tanta esperança de dar certo no Brasil. A produção nacional foi apenas a primeira expressão disso.
Agora, a nova linha do três-volumes traz como principal novidade a lista de versões, que foi revisada para atender melhor o público brasileiro. A versão GT com tração integral, por exemplo, saiu de linha – a razão mais provável é que seu preço elevado trazia vendas baixas demais. Por outro lado, veio pela primeira vez a HLE, com preço de R$ 85.490. Sua proposta é bem mais familiar, e começa a se evidenciar pelo exterior: a dianteira tem desenho mais discreto. As entradas de ar ganharam moldura cromada, e a seção do parachoque entre elas não é mais pintada em preto para uni-las. Também saíram os defletores de ar, seja os inferiores ou o aerofólio traseiro. Este é o estilo que o modelo usava na versão SE norte-americana.
Outra mudança, esta com resultado mais prático, está na suspensão. Para lidar melhor com as condições das nossas ruas, a altura de rodagem do HLE foi elevada a 170 mm. Já as rodas de liga leve foram reduzidas ao aro 16”, com pneus 205/60 R16. Por outro lado, todo o resto mantém o nível que o modelo já apresentava. Os itens de série, por exemplo, incluem ar-condicionado automático, bancos em couro, controle de cruzeiro, nove airbags, sensores de chuva e crepuscular, teto solar, volante multifuncional e uma central de entretenimento completa: além das funções já típicas, estão lá navegador GPS, televisor digital, e o Dynamic Information System, para apresentar dados como aceleração lateral, altitude, bússola, e inclinação frontal.
Como antes, o trem-de-força do Lancer é composto pelo motor quatro-cilindros 2.0 16v Mivec, que usa gasolina e gera 160 cv de potência e 20 kgfm de torque, e por duas opções de câmbio. A única versão a usar manual de cinco marchas é a de entrada, que custa R$ 68.990. Assim como a HLE, a HL (R$ 73.990) e a GT (R$ 89.490) usam uma caixa CVT com seis marchas simuladas. Outra opção para o Lancer 2016 é a blindagem, que a empresa oferece em parceria com a Armura – a tecnologia usada é da DuPont, e usa paineis de kevlar em várias partes do veículo. Este adicional é oferecido nas três versões mais caras, sempre por um adicional de R$ 35 mil. O sedã é oferecido com oito opções de cor externa.