Esqueça o breve período em que este carro só foi visto nas ruas da capital paulista e com a cor branca e os adesivos obrigatórios para o uso como táxi. O híbrido mais famoso do planeta agora desembarca em nosso mercado com disponível para qualquer motorista, dando mais um passo de grande importância para a introdução definitiva de veículos mais ecológicos em nosso país. Mas além de todo o enorme carisma que esse carro apresenta, este artigo irá mostrar um pouco do que faz do Prius um carro tão adorado.
Entrar no mundo dos carros elétricos e híbridos requer ver o conceito de carro de uma maneira totalmente nova. Aqui a função de transportar não tem como segunda prioridade desempenho, luxo ou preço baixo como normalmente se vê, mas sim à eficiência. Estes carros focam em realizar sua função principal com os menores consumo de combustível e emissão de poluentes possíveis, de forma que aqui são os outros aspectos que fazem concessões a aqueles. Tudo isso parece muito interessante de ver, mas já representou grandes dificuldades nos primórdios do carro elétrico moderno. A questão é que essa tecnologia só voltou a se desenvolver com mais força na década de 1990, de forma que ainda não existia nada avançado demais. Em outras palavras, o famoso Saturn EV1 e seus contemporâneos não podiam escapar de baterias caras e pesadas, autonomia curta, desenho desagradável e custos altos para comprar e manter, um pacote não exatamente sedutor. Claro que a imagem de famosos comprando carros ecológicos para uso pessoal trouxe ajuda enorme à sua popularidade, mas isso não surgiu já de início. Como as marcas continuavam a investir nessa tecnologia, ela só prosperou quando as mencionadas concessões por parte do consumidor começaram a diminuir.
A fama mundial do Prius só foi começar com a segunda geração, de 2003: o desenho ficava muito mais caprichado, as baterias permitiam maior autonomia e a habitabilidade foi melhorada. Sem contar que neste momento já existiam cada vez mais concorrentes, como o Honda Insight. O futuro desses carros passou a ser ganhar as mais variadas melhorias, porque isso só lhes deixou mais próximos do que o cliente sempre esteve acostumado: era difícil fazê-lo trocar o carro com o qual tem costume por modelos que tinham aquelas desvantagens. Hoje em dia já se provou que tudo isso ficou no passado, primeiro para os híbridos e depois para os elétricos, mas existem concessões “menos graves” que ainda não se podem dispensar mas estão longe de trazer problemas. Um caso é o estilo do Prius: assim como em Leaf, Volt e similares, apurar a aerodinâmica é fundamental para evitar que o arrasto desperdice energia. Aqui se usa o chamado Kammback, em que a suave ascensão da dianteira à capota simula a forma ideal de uma gota, mas termina num corte traseiro bem abrupto; é provado que assim se consegue efeito muito parecido ao de prolongar sua queda até o final. Se o segundo Prius trazia visual ainda insosso, a fase atual deu grande atenção a estilizar tudo o que não implique em fugir do tal formato: itens como os farois recortados, lanternas transparentes e laterais imponentes trazem semelhança com modelos esportivos.
Entrar em carros mais ecológicos já não impressiona tanto, e isso é excelente. Afinal, ainda não se veem ambientes de luxo, mas sim o mesmo que trazem carros a combustão com porte similar, talvez com um toque extra de modernidade por causa das telas em LCD do Prius. O modelo brasileiro traz pacote muito parecido ao dos demais com preço ao redor dos R$ 120.830 que pede, em que os destaques são bancos e volante em material sintético ecológico, sistema de som multimídia com Bluetooth e mapas, entrada sem chave, heads-up display (HUD), sete airbags, freios ABS com EBD e controles de tração e estabilidade, entre outros. Há o motor de ciclo Atkinson a gasolina e o elétrico de 650 V de potência, que combinados geram um máximo de 138 cv, com câmbio CVT. Não é um número surpreendente porque o sistema nunca chega a usar os dois motores nas faixas de potência máxima. Também existe a frenagem regenerativa, o que permite explicar o esquema de funcionamento desse carro como se vê em seu hotsite: a partida e o uso em baixas velocidades se fazem somente no modo elétrico. Em velocidade constante os dois motores se revezam segundo o que for mais eficiente, as altas acelerações usam a maior força do motor a combustão, as desacelerações são aproveitadas para recarregar as baterias e ao parar o carro se usa o sistema start/stop, que desliga o motor até que se dê um toque no acelerador.