Uma regra básica para o sucesso de um produto no mercado é a de se manter atual, sintonizado com os desejos dos clientes. Sua subversão é a principal raíz do discurso dos detratores da Strada, que realmente não mentem ao lembrar dos catorze anos que ela completa. A questão é que aumentar a frequência das trocas de geração nem sempre se mostra a forma ideal de entregar o que o cliente realmente quer. A diferença de vendas com que a picape Fiat se mantém no topo da categoria é um perfeito exemplo disso.
Muito errado está, no entanto, quem pensa que a sucessora da Fiorino parou no tempo. Grande parte do seu sucesso vem da constante preocupação em identificar o que faz falta no mercado, mas principalmente da agilidade de executar tais alterações. Essa é a explicação pela qual a Strada se mostra cada vez mais herdeira do espírito inovador da avó 147 Pick-up: além de versões luxuosa, esportiva e aventureira, ela inaugurou as cabines estendida e dupla no planeta – especula-se que a última esteja até por ganhar portas laterais traseiras. É muito claro que aumentar a cabine mantendo o comprimento total só deixa a caçamba cada vez menor, mas a experiência mostrou que o comprador desta categoria nem sempre se restringe à concepção de cabine simples que a originou, décadas atrás. Mas além de tantas variações de carroceria, seria um contrassenso que a Strada deixasse de aproveitar as vantagens que uma série especial sempre traz: em vez de investir em alterações profundas e caras, o modelo traz pacotes de equipamentos mais completos com preços menores, e ainda aproveita a oportunidade para fazer homenagens de algum tipo. A novidade deste artigo foi a inédita parceria feita pela montadora com a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, a ABCCMM.
Dedicada aos “associados desta entidade, criadores, cavaleiros, apreciadores da raça e o produtor rural”, a edição traz rodas de liga leve com pintura exclusiva e a típica série de acessórios com o logotipo especial da série: revestimento exclusivo dos bancos, soleiras das portas e tapetes, além de um adesivo no final das laterais, próximo às lanternas. Sua opção de entrada usa cabine estendida e parte da versão Trekking 1.6 16v, trazendo ar-condicionado, airbag duplo, direção hidráulica, farois com dupla parábola e máscara negra, freios ABS, trio elétrico e sistema de som multimídia com conexão Bluetooth, entre outros. A outra opção parte da versão Adventure com cabine dupla, mas também segue a estratégia de oferecer um pacote fechado com todos os itens que na versão comum são opcionais. Para esta, isso significa incluir capota marítima, pneus de uso misto suspensão elevada, teto solar e até o diferencial blocante Locker, além do motor 1.8 16v – ambos motores são flexíveis, o primeiro chegando à potência de 117 cv e o segundo aos 132 cv. Levar a Strada Mangalarga Marchador com cabine estendida sai por R$ 46.550, valor que passa a R$ 59.440 com cabine dupla. Em relação às versões comuns com os mesmos opcionais, isso significa economizar respectivamente R$ 4.400 e R$ 6.600.