Cupês de luxo são grandes como um sedã e às vezes até mais caros que um sedã, mas não trazem o mesmo espaço ou o mesmo conforto que seus irmãos de três volumes. Os caçulas chamados de “cupês de quatro portas” até chegam a oferecer um meio-termo interessante, mas o fato é que quando se busca esportividade não existe solução melhor que as proporções de um cupê “tradicional”. O mais novo lançamento da BMW no Brasil forma um exemplo muito bom desse trio de opções, ao lado da Série 5 e do Gran Coupé.
Este conceito vai provocar certo déjà vu em quem leu o artigo do blog sobre a versão cupê do Mercedes-Benz Classe C. O modelo deste artigo se trata de um caso mais intenso que aquele por ser a versão esportiva do BMW que ocupa o segmento logo acima do do modelo da arquirrival, mas nem por isso esconde as semelhanças. O sedã mais esportivo que se consegue na montadora da Bavária é o M5, mas a sua esportividade chega no máximo a dividir seu foco com a vocação urbana. Transportar cinco pessoas com o nível que se espera dessas marcas requer detalhes de projeto que vão na direção contrária, como teto elevado, porta-malas grande e suspensão um tanto permissiva. Os cupês de quatro portas vêm agradando muito porque requerem concessões menores, mas sua aparição ainda se restringe às categorias mais altas e certas concessões ainda precisam ser feitas: esses ambientes não são os mais recomendáveis para levar filhos pequenos, e o caso da BMW ficou mais distante da esportividade que os rivais diretos porque o Gran Coupé tem ao requinte como foco maior. Quem não abre mão de dirigibilidade excepcional aliada a desempenho acima da média tende, portanto, a escolher a variação que deu início à fase moderna dos BMW Série 6.
Chegando ao país de início em cinco unidades, o M6 Coupé não se esforça em chamar atenção com exclusividades de estilo tão chamativas. Sua ideia é manter a elegância esportiva típica de sua marca, o que se consegue primeiro com o fato de ele não tentar se parecer um superesportivo como o McLaren P1. O que se obtém, em vez disso, é um veículo de classe. Apimentado por itens como o kit aerodinâmico, parachoques mais agressivos e rodas exclusivas, mas ainda privilegiando o bom gosto. Sua estrutura ganhou melhorias como portas e capô feitos de alumínio, paralamas dianteiros em termoplástico e teto em fibra de carbono para reduzir o peso e, no último caso, baixar o centro de gravidade. Tudo isso lhe ajuda a tirar melhor proveito do trem-de-força, que trocou o motor V10 pelo 4.4 V8 biturbo trazido do M5: sua potência chega a 560 cv (contra 500 cv do V10), com torque de 69,3 kgfm e o desempenho resultante de 4s2 para sair de 0 a 100 km/h – ele usa transmissão automatizada M-DCT de sete marchas e dupla embreagem. Já se pode deduzir que a cabine faz jus ao nível da performance, com uma lista de itens que inclui acabamento interno combinando couro e fibra de carbono, central de entretenimento com touchscreen de 10,2”, sistema de som Bang & Olufsen, tecnologia start/stop e uma profusão de alertas eletrônicos. O BMW M6 Coupé chega por R$ 539.950.