Mesmo que a marca não tivesse feito o anúncio explícito, nunca se duvidou de que a chegada da nova geração do A3 não se restringiria à versão duas-portas. Afinal, por mais interessante e esportiva que ela venha a ser, a ameaça verdadeira ao nosso recém-renovado segmento dos hatchbacks de luxo se faz é com o modelo que acaba de chegar. Isso permite à Audi combater nomes como Classe A, DS4, Série 1 e V40 em pé de igualdade e a reafirmar no país a boa fama de um carro que tem tudo para ganhar produção nacional em breve.
Pode ser difícil de perceber apenas com fotos, mas o Sportback realmente é mais que uma simples versão com quatro portas do modelo que inaugurou a nova geração. A Audi iniciou essa diferenciação na geração anterior, com o mesmo nome de Sportback, para separar as propostas dos irmãos, e com isso atender a mais pessoas e em forma melhor. Tal estratégia foi compartilhada com a geração atual do “primo” Seat León e consiste em direcionar o duas-portas ao lado da esportividade, com desenho mais agressivo e enfoque no comportamento dinâmico. O irmão maior, por sua vez, usa o aumento de entre-eixos para aumentar o espaço e o conforto, atendendo muito melhor às famílias pequenas.
Já o caso do A3 significou comprimento e entre-eixos incrementados em 7,3 cm e 3,5 cm em relação à versão Sport, sem contar com o inusitado rack de teto exclusivo do quatro-portas. No entanto, enquanto o modelo espanhol chega até a parecer um cupê em sua versão SC, as imagens já revelam que o exterior do alemão não se esforçou em mudar muito. Os fãs da marca que não se contentaram com as versões do A1 continuam a desfrutar de detalhes como luzes externas com LEDs contínuos, que capitaneiam mais uma repetição da receita que faz a fama de toda a linha desta marca ao redor do mundo.
Entrar no Sportback não traz surpresas em relação à versão duas-portas. O espaço incrementado mantém a fartura de itens de série, que inclui airbags frontais, laterais, de cabeça e para os joelhos do motorista, ar-condicionado digital (bizona na versão mais cara), central de entretenimento MMI Navigation Plus com touchscreen de 8”, controles de estabilidade e tração e farois de xenônio. O famoso Audi Drive Select e seus três modos para a dirigibilidade do carro é um equipamento opcional para a versão mais barata e vem de série na mais cara. Falando nessas versões, aliás, elas começam sendo apenas duas.
As rodas de aro 16” identificam a Attraction, que parte de R$ 94.700 e conta com o 1.4 TFSI de 122 cv de potência e 20,3 kgfm de torque, enquanto o aro 17” é exclusividade da Ambition assim como o motor 1.8 TFSI: começando em R$ 124.300, ele produz 180 cv e 25,5 kgfm. Ambos sempre utilizam o igualmente conhecido câmbio automatizado S-Tronic, com sete marchas e embreagem dupla. O lançamento desta versão é a base da expectativa da Audi de tornar o A3 seu modelo de maior vendagem no Brasil. Não é descabido afirmar que o desempenho será um fator de importância enorme para chegar a essa meta: se o 1.4 acelera de 0 a 100 km/h em 9s3 e chega à máxima de 203 km/h, o 1.8 melhora estes números para 7s3 e 232 km/h.
Sportback 1.4 TFSI (26/04/2014)
Assim como sua versão sedã declarou uma forte ofensiva a modelos como Ford Focus e Toyota Corolla, agora é a vez de o Sportback formar sua ofensiva aos hatchbacks médios do mercado brasileiro, em suas versões topo-de-linha. O modelo alemão ganhou uma nova versão de entrada, que com o preço de R$ 90.600 consegue seduzir quem atualmente se encontra indeciso entre modelos como o compatriota Volkswagen Golf. O que evita o fogo amigo, no entanto, é o fato de este chegar a este preço trazendo tudo a que tem direito, enquanto a novidade da Audi é uma versão de entrada mais despojada que a Attraction. Esta, por sua vez, passou a R$ 94.800, mesmo valor da versão de entrada do A3 Sedan.
Um carro de marcas como a Audi continua bem-equipado mesmo em sua versão básica, mas não se pode negar que levar este A3 implica certas concessões. Borboletas para as trocas de marcha, farois de neblina e até mesmo a conexão Bluetooth para o celular, ao passo que bancos e volante trocam couro por tecido e o ar-condicionado é manual, em vez de automático. Por outro lado, ele ainda traz câmbio automatizado S-Tronic de sete marchas, farois de xenônio, sete airbags, central multimídia com touchscreen retrátil, controle de estabilidade e rodas de liga leve aro 16”. Tudo isso repete o já conhecido motor 1.4 TFSI de 122 cv.