Todo automóvel tem seu ciclo de vida dividido no máximo em três grandes fases. Sua estreia no mercado se aproveita do ineditismo e dos diferenciais próprios de cada caso para atrair vendas elevadas, e a partir delas começar a formar o público que vai ter. Já os anos seguintes começam a pedir atualizações, quase sempre para reparar falhas menores do projeto original, e isso se mantém até que ele alcance a maturidade. É nesta última fase em que a minivan japonesa se encontra, mas infelizmente sem ter chegado muito bem.
Sempre se comenta neste blog que a Nissan ainda está em processo de formar uma imagem competitiva no mercado brasileiro. A qualidade geral de seus produtos e a participação no país desde os anos 1990 deixam sua situação melhor que a das estreantes chinesas, por exemplo, mas ela só não está no nível de Renault ou Peugeot porque ainda não teve seu produto de “destaque”. Ainda não teve aquele produto especial, que consegue colocar a marca inteira em voga só por conta do sucesso próprio. É um conceito parecido ao daquele filme em especial que anos depois de lançado ganha a fama de ter iniciado o reconhecimento internacional de um ator. A única diferença é que aqui não se trata de Basic Instinct, Ghost ou Speed e nem Sharon Stone, Demi Moore ou Sandra Bullock, mas sim exemplos como QQ, Soul e Veloster para Chery, Kia e Hyundai. Não se sabe se essa mudança de ritmo vai ser provocada pelos sedãs Sentra ou Altima, mas sim que enquanto não vier a marca vai continuar apenas defendendo suas vendas, sem representar ofensa real às maiores. O caso da família Livina ainda tem o agravante de que ela chegou ao Brasil com atraso de três anos, mas não se pode negar que ter produção nacional é todo um atrativo a mais quando se analisa este modelo sob o ponto de vista do custo/benefício.
Essa relação tão importante foi o centro das atenções das novidades que ela traz para 2014, aliás. A linha inteira agora traz freios ABS com BAS de série, desde a versão básica de R$ 44.190. A partir da versão S (R$ 46.790) também se incorpora faixa decorativa na tampa do porta-malas, rack de teto, capa dos retrovisores na cor do veículo e sistema de som multimídia, com a Grand Livina somando farois de neblina (R$ 54.390). Mas a maior novidade fica com a versão X-Gear (R$ 52.790), que retribui as boas vendas no mix da linha substituindo a SL como versão de topo com cinco lugares (agora esta é exclusividade da Grand, por R$ 59.390). A X-Gear chega a 2014 incorporando ar-condicionado digital, bancos e volante em couro, chave presencial I-Key e farois de neblina. A parte mecânica continua intacta, composta pelo 1.6 16v de 104/108 cv e pelo 1.8 16v de 125/126 cv (gasolina/álcool). A Grand Livina sempre usa o motor maior, com câmbio manual na versão S e automático na SL. Já a versão de cinco lugares usa o 1.6 manual na básica e na S, esta última com opção do 1.8 atrelado ao câmbio automático (R$ 49.690). Este trem-de-força passa a ser o único disponível para a versão X-Gear, que não existe com sete lugares.
