Quem poderia imaginar que um lançamento deste nível fosse chegar ao Brasil tão cedo? A nova fase da Classe E desembarca ao país pouco mais de seis meses após o lançamento mundial. Modelos que atuam em faixas de preço como as dela não costumam ter vendas massivas, mas a questão é que o mesmo público também olha para o BMW Série 5, em especial depois da agressiva estratégia de preços capitaneada pela versão 528i. Em outras palavras, a novidade de agora é um contra-ataque em grande estilo.
Este caso atraiu atenção especial da imprensa especializada porque representa um exemplo muito interessante da tão famosa estratégia das mudanças parciais, operação que se costuma chamar facelift. Ela tende a ser vista com maus olhos especialmente quando se realiza em carros de baixo custo, porque nestes casos costuma representar a aplicação de alterações de gosto discutível para mascarar a defasagem do veículo no mercado. Mas a verdade é que o conceito varia de acordo com cada categoria. Muitos dos casos das mais baratas realmente não têm muitas opções porque ali a prioridade é o custo, de longe. Já quando se observam os facelifts aplicados em modelos mais caros é possível afirmar que a intenção nunca é de fazer o modelo parecer outro, mas sim adaptar o mesmo ao novo contexto. Isso vem de que essas mudanças parciais costumam vir à metade do ciclo de vida da geração, ao redor de seus quatro anos. É a época em que o carro já não conta com o ar de novidade, mas ainda não precisa de outro projeto novo por completo para se manter competitivo. O que se faz nesses casos, então, é investir em tecnologia. Também se aplicam retoques visuais, mas o foco principal é aproxímá-lo do nível de tecnologia e segurança ao qual os rivais subiram nesse meio-tempo.
Tudo isso é o que explica a concentração dos redesenhos à dianteira, por exemplo. A linha trocou os farois duplos por unidades cujos LEDs diurnos remetem à tradição iniciada em 1995. As tomadas de ar trazem contornos suaves para lembrar os modelos mais recentes da marca, ao passo que a traseira ganhou novos parachoque e desenho interno das lanternas. O interior teve mudanças sutis, tais como quadro de instrumentos e comandos do console redesenhados, mas seu ganho maior foi no que se comentou antes. O sistema Active Parking Assist estaciona o sedã em vagas a 90° ou paralelas e também o retira sozinho. O Direct Steer varia a proporção na qual o giro do volante esterça as rodas, para dar mais precisão às correções de trajeto em altas velocidades e mais facilidade às manobras urbanas em baixas. O Pre-Safe procura proteger os ocupantes quando detecta iminência de colisão, fazendo operações como tensionar os cintos. Por fim, além da típica lista de itens quase interminável, a suspensão Avantgarde usa amortecedores esportivos para melhorar o comportamento dinâmico. Como as versões cupê, cabriolet e AMG ficarão para agosto, quem chega agora é apenas o sedã. A versão E250 custa R$ 229.900 e traz o 2.0 turbo de 211 cv e 35,7 kgfm (0 a 100 km/h em 7s4), enquanto a E350 custa R$ 284.900 e traz o 3.5 V6 de 306 cv e 37,8 kgfm (0 a 100 km/h em 6s3). Sempre se usa o câmbio automático 7G-Tronic Plus.