Hoje em dia já é bastante comum que a passagem destes utilitários pelas ruas seja acompanhada de comentários relacionados à sua idade avançada, isso quando sequer despertam alguma reação de quem os vê. Porém, por mais que muita gente já não lembre, a verdade é que os tempos áureos da dupla da Toyota foram até mais importantes que os de seus concorrentes diretos. Enquanto sua próxima reinvenção completa não dá o ar da graça, picape e SUV apenas desfrutam da reputação que construíram após a verdadeira revolução do começo.
Qual seria essa revolução tão memorável, então? A enorme mudança de foco que as picapes médias sofreram ao longo da década passada, e que logo foi seguida pelas versões SUV. Falar de picape até os anos 1990 significava mencionar projetos rústicos, cuja idade rondava os dez anos e que tinham vocação exclusiva para trabalhos mais pesados: elas são aclamadas até hoje pela mecânica simples e resistente, mas cobravam o preço disso através de espaço e conforto sofríveis. Tamanha dedicação ao trabalho foi o que começou a fazer a fama mundial de nomes japoneses em especial, tais como Mitsubishi L200, Nissan Pickup (que antecedeu a mais conhecida Frontier) e a Toyota Hilux.
Esse panorama teve um primeiro esboço de mudança graças às empresas norteamericanas, através de Chevrolet S10, Dodge Dakota, Ford Ranger e suas respectivas irmãs maiores, mas estas não faziam mais que aplicar linhas muito mais modernas à mesma essência de antes. Subversões de verdade foram feitas apenas com a sétima fase da Hilux, que surgiu em 2005. Nesta época já se via um crescimento do uso urbano dessas picapes, ao passo que o trabalho mais pesado era deixado para as picapes maiores ou caminhões. Com isso, a Toyota decidiu melhorar a habitabilidade de sua picape. Tanto por fora como por dentro, o veículo inteiro conseguia passar a sensação de que sua longeva capacidade fora-de-estrada era apenas aliada a um nível de conforto inédito.
Isso foi o que justificou o comportamento que a Toyota teve com a Hilux a partir daí. As mudanças dos modelos rivais começaram a aparecer com tanta frequência por causa da pioneira, que pouco a pouco conseguiu criar um novo padrão na categoria. Porém, como nem mesmo com o segmento inteiro renovado suas vendas não descem, a japonesa pôde seguir seu ciclo de vida sem mais que dois facelifts reduzidos. O último deles é o que se produz na Argentina desde 2011, tanto para a picape como para sua fiel companheira SW4. Se a linha 2014 não recebeu mudanças visuais, a picape agora traz airbag duplo, bancos individuais e freios ABS de série em todas as versões.
Ela também ganhou protetor de caçamba em polietileno quando com cabine dupla, ao passo que todas as opções dos dois modelos ganharam painel inteiro em preto, combinando com os detalhes prateados. As versões SR para ambos também adicionam rodas de liga leve de 16” quando usando motor a diesel e um novo sistema multimídia de áudio em preto brilhante, com microfone no teto e conexão Bluetooth. A versão SRV traz uma nova central multimídia com GPS, leitor de DVD, TV digital e comandos no volante. Para a Hilux de topo (SRV Top), todo o acabamento interno vem em preto, com bancos e volante em couro com costuras cinza. Esta cor também passou a aparecer em volante e console central da SW4, mas mantendo o resto do interior em bege. Todo o demais fica inalterado.