Relação custo/benefício é uma consideração importante na compra de quase qualquer categoria de carro, mas os segmentos comerciais são um caso à parte porque a têm como prioridade inquestionável. Embora a sabedoria popular tenha se encarregado de definir modelos A ou B como “bons de serviço” de forma absoluta, a verdade é que a solução ideal para uma empresa pode ser muito diferente da da outra. Por conta disso é que trabalhar bem com esse mercado requer formar não só um, mas sim toda uma família de opções.
Essa conclusão pode ser feita com nada mais que analisar os casos extremos. Empresas pequenas não requerem furgões ou picapes grandes demais tanto por não precisar transportar volumes grandes como por não poder lidar com os custos maiores, desde a compra até a manutenção. Já as maiores dispensam os carros pequenos porque seus tipos de carga requeririam mais viagens ou, em alguns casos, simplesmente não caberiam neles. O terceiro caso seria todo o espectro de intermediários entre aqueles. Em outras palavras, por mais que um determinado modelo colecione elogios quanto a consumo, espaço interno, preços de compra e revenda ou manutenção, o máximo a que pode chegar é ser a solução ideal para uma parte do mercado.
Seguir essa consideração é o que tem mais chances de ser a relação entre os fatos de a Fiat ter a maior linha de comerciais do Brasil e ser a nossa líder nessa categoria há vários anos. Suas opções trabalhadeiras vão desde um hatchback, o Uno Furgão, até uma van de porte grande cuja oferta inclui vários tipos e tamanhos de carroceria, a Ducato. Entre os membros intermediários estão a Fiorino Furgão, que recebeu nova geração há pouco tempo, e a multivan que acaba de completar sua linha 2014. O Doblò já havia virado o ano em suas opções de passageiros, e agora o faz na variação Cargo. Ainda não foi dessa vez que a tão desejada segunda geração chegou ao país, mas não se pode negar que suas novidades conseguiram melhorar o conjunto atual.
Como era de se esperar, se as versões urbanas mantiveram o exterior intacto, não seriam as de carga que teriam alguma espécie de facelift exclusivo. Porém, a imitação àquelas também se fez na cabine, e isso significa que o painel do Doblò Cargo também foi renovado: vieram novos porta-objetos, quadro de instrumentos, revestimento dos bancos, sistema de som multimídia (este como opcional) e o volante compartilhado com outros modelos da marca. Por mais que essas mudanças não tenham sido profundas, não se pode negar que elas ajudaram a devolver o famoso “ar de novidade” para quem dirige, o que se torna cada vez mais desejado pelas montadoras à medida que um modelo acumula anos de mercado.
Todo o resto do carro resistiu sem alterações, o que inclui todos os números tanto relativos ao espaço de carga como ao desempenho. Este último, aliás, é o que forma a maior diferença entre as duas versões do Doblò Cargo há alguns anos: ele começa em R$ 43.590 usando o motor 1.4 Fire e em R$ 48.690 se passa ao 1.8 16v e.TorQ. Outra novidade comum a ambos é que a lista de opcionais ganhou o kit Iluminação. Ele reúne farois de neblina e brake-light pelo preço de R$ 388, o que representa uma economia de 11% comparando com o preço dos itens comprados separadamente.