Sete anos atrás, pode-se dizer que ninguém dava nada por ele. Até então era só mais um hatchback aparecendo no segmento automotivo mais concorrido do Brasil, tendo como destaques somente ao porte avantajado e ao design original. O público só conheceu o Sandero de verdade com o passar do tempo, mas a partir daí ele não parou de agradar. A Renault, por sua vez, retribuía o entusiasmo da recepção com sucessivas melhorias, e tudo convergiu a torná-lo seu best-seller no país. É para continuar nesse caminho que ele agora evolui mais uma vez.
Observando as imagens, é fácil perceber que o hatchback tem muito mais em comum com o irmão Logan do que nunca, e isso não é por acaso. O Grupo Renault decidiu levá-los à mesma identidade visual para economizar com os custos de produção tanto aqui como na Europa, onde ele é vendido pela divisão Dacia. Porém, isso permitiu à empresa investir em uma reforma completa, em vez de outro simples facelift. A parte mecânica continua quase a mesma, mas o visual foi atualizado por inteiro. Com isso, o Sandero não só evitou o risco de cair em um visual desagradável, com as partes renovadas destoando das demais, como pôde seguir a variação sedã na busca de uma imagem mais imponente, capaz de seduzir clientes que até então sequer o cogitavam como opção.
Em outras palavras, hatchback e sedã se renderam a ser variações de um mesmo carro, em vez de tentar parecer dois diferentes. A dianteira do Sandero, por exemplo, só difere na grade inferior, que nas versões mais caras tem apliques cromados somente ao redor dos farois de neblina. Já as laterais são compartilhadas com o Logan até as portas dianteiras, passando a um desenho próprio depois disso. Ou seja, começam com as novas colunas “A”, de contorno mais suave (e aerodinâmico), e terminam em uma reedição da silhueta que já virou um ícone para este carro. A traseira, por sua vez, precisou emprestar as lanternas do Logan e ganhou estilo mais comportado. Mas ainda assim ficou melhor, perdendo o ar “desengonçado” de antes.
Agora o Sandero está atualizado com as últimas tendências da marca, mostrando um conjunto mais evoluído que não terá dificuldades em arrancar elogios como “ficou mais carro”. E o interior só reforça isso, porque seguiu o mesmo estilo das novidades de fora. Também compartilhada com o Logan, a cabine ficou um tanto mais elegante e ganhou muito na qualidade geral, combinando vários tons e texturas de revestimento e ganhando encaixes mais precisos. Um toque de requinte é garantido pela central de entretenimento MediaNAV: ela divide a parte de cima do console central, que por sua vez engloba as saídas de ar com uma peça em preto brilhante e de contorno prata. Deixando somente os comandos do ar-condicionado de fora, ele faz lembrar carros mais caros.
Falando em equipamentos, essa central ganhou conectividade Bluetooth e navegação GPS, com comandos extras no volante. Já o computador de bordo traz seis funções de consumo e desempenho, mostradas em uma tela LCD no quadro de instrumentos. Quanto ao trem-de-força, a Renault afirma que direção, freios, sistemas elétricos e suspensões foram alterados, ao passo que os motores são os mesmos. O 1.0 16v Hi-Power alcança a potência de 77/80 cv e o torque de 10,2/10,5 kgfm, e repete a etiqueta A do Clio nas avaliações de eficiência energética do Inmetro. Já o 1.6 8v Hi-Power leva aqueles números a 98/106 cv e 14,5/15,5 kgfm, sempre quando abastecido com gasolina/etanol. Por enquanto, a única opção de câmbio é manual de cinco marchas.
Inicialmente, existem duas versões com cada motor. A Authentique 1.0 parte de R$ 29.890 e traz como itens de série abertura interna de porta-malas e tanque de combustível, airbag duplo, ar quente, brake light, desembaçador traseiro, direção hidráulica, freios com ABS e EBD, rodas aro 15” com calotas Fuego e volante com regulagem de altura. Já a Expression 1.0 começa em R$ 34.990 e soma acionamento elétrico para as travas e os vidros dianteiros, alarme perimétrico, calotas Magiceo aro 15”, colunas “B” com acabamento em preto, computador de bordo, maçanetas e retrovisores externos na cor do veículo e sistema de áudio multimídia. Esta última também pode receber o motor 1.6 por um adicional de R$ 3.600, sem alterar a lista de equipamentos.
Por último, a Dynamique defende o topo da linha começando em R$ 42.390, e sempre usando o motor 1.6. Seus itens de série são os da versão anterior somados a bancos com CCT (tecnologia de revestimento com relevos), banco traseiro bipartido 1/3 e 2/3, comando elétrico dos retrovisores, controle de cruzeiro, farois de neblina, luzes de direção nos retrovisores, rodas de liga leve Nepta aro 15” e volante revestido em couro. Assim como o Logan, o hatchback também terá uma linha de acessórios à disposição, incluindo o kit Sport: este traz defletores de ar de muito bom gosto, para dianteira, laterais e traseira. Por outro lado, novidades como a versão aventureira Stepway e a opção de câmbio automático ficarão para mais tarde.