Quem é filho mais velho sabe: lidar com a chegada dos irmãos não é fácil. O primogênito deixa de ser o centro das atenções e torna-se parte de um grupo, passando a dividir com os “novatos” não só os recursos dos pais como a atenção de todos. No entanto, essa situação passa longe de ser uma receita infalível de desastre. Os fatores que intervêm são muitos, mas tudo termina convergindo ao trabalho que os pais fazem. O veículo deste artigo é uma prova de que, mesmo nos casos de quatro rodas, é possível chegar à famosa “família feliz”.
Parte da vida de uma pessoa passa pela necessidade de esculpir sua personalidade. Em outras palavras, reunir os valores aprendidos durante a convivência com os familiares e os amigos e os adquiridos através de experiências próprias e começar a traçar o que ela de fato deseja para si (e o que não). Isso é tão importante porque lhe ajuda a determinar quais caminhos deverá tomar a partir de então. No caso dos veículos, esse conceito resulta alterado pelos fatos de que são produtos, e portanto totalmente manipuláveis por seus fabricantes, e de que é necessário competir com outros. Mas a ideia essencial é a mesma: definir bem que objetivos se deverão perseguir é muito importante porque ajuda a nortear todos os passos que se virão a tomar.
Seis anos atrás, o Dodge Journey chegava ao Brasil com a simples tarefa de continuar o trabalho de uma empresa que nunca teve imagem forte no país. Porém, fatores como o desenho imponente, o excelente espaço interno e a força de seus motores lhe fizeram agradar mais que o simples crossover tipo. A Dodge começou a aumentar sua oferta para nós, mas tudo mudou de repente em 2011: a fusão entre Fiat e Chrysler começava a se fortalecer, e a dar frutos como o Freemont. Como a Fiat finalmente satisfazia seu desejo por um SUV mas deveria impedir que ele competisse com o gêmeo, a solução foi afastá-los: os únicos mercados que oferecem os dois são Austrália e Brasil. E nestes foi preciso mais que uma simples mudança de logotipos.
Como o carro da Fiat focou nos preços mais acessíveis, restou ao da Dodge ganhar em sofisticação. No Brasil, ele primeiro perdeu a versão de entrada, depois ganhou motor mais forte, há poucas semanas adicionou a opção da tração integral, e agora investe na imagem: a série especial Crossroad será limitada a 140 unidades pelo preço de R$ 137.900, e é a mesma lançada nos Estados Unidos (nos países que não o têm, é o Freemont que a recebe). Os 280 cv do motor 3.6 V6 Pentastar estão lá mais uma vez, assim como o câmbio automático de seis marchas e a tração dianteira, mas a aparência foi melhorada. Além disso, a novidade ainda termina comemorando o sucesso geral do Journey: desde o lançamento, já se emplacaram mais de doze mil unidades.
Farois e grade superior adotaram acabamento em preto brilhante, o que lhes deixou ainda mais imponentes. Já os parachoques ostentam um aplique prateado, mesma cor de racks de teto e saias laterais. Toda a parte inferior tem revestimento preto para combinar com as rodas de alumínio, de aro 19”. Já o toque final é dado pelas lanternas fumê. Por dentro, o revestimento reforça a esportividade associando couro preto a costuras cinza, com o painel trocando o prateado de seus detalhes por mais cinza. Os demais equipamentos são os mesmos da variação R/T, com destaques para ar-condicionado de três zonas, central Uconnect com tela de 8,4”, sistema de áudio com seis alto-falantes e subwoofer, tela de 9” e leitor de DVD para o banco traseiro, e teto solar.