Quando uma conversa informal sobre carros começa a mencionar preços, as pessoas costumam fazer associações fortes. As hipóteses costumam direcionar quantias baixas a usados de luxo, em vez de zero-quilômetro populares; as medianas evitam marcas que vendam carros populares; e as altas quase sempre vão para superesportivos. O problema desse hábito é que impede de considerar opções que às vezes são mais interessantes do que se imagina à primeira vista. Um exemplo muito bom dessas subversões à sabedoria popular é o SUV que você está prestes a conhecer.
Definir uma imagem fixa com a qual trabalhar é uma estratégia que os fabricantes “gostam” de utilizar, porque isso lhes permite especializar em um público determinado. A Dacia, por exemplo, atende as classes baixas na Europa. A Chrysler procura clientes mais abastados. A Mitsubishi procura um público mais frugal, e assim sucessivamente. No entanto, nada disso as impede de manter exceções às regras que elas mesmas criaram. A General Motors, por exemplo, chegou a ter a marca Pontiac para carros esportivos, a Oldsmobile para luxuosos, a Cadillac para ainda mais luxuosos, e a GMC para utilitários. E mesmo assim a Chevrolet sempre teve modelos de baixo custo ao lado de nomes como Corvette, Impala ou Silverado.
Se a primeira impressão costuma rejeitar esses carros por não contar com o expertise de seus fabricantes, qualquer observação mais profunda repara que eles na verdade têm vantagens diferentes. No caso da Trailblazer, quem tiver interesse em abrir mão de logotipos de argolas, estrela ou hélice pode investir a mesma quantia em um carro maior e até mais imponente. Como a linha 2015 ainda é nova demais para trazer mudanças visuais, a Chevrolet dedicou a atenção ao conteúdo: o isolamento acústico foi melhorado, a suspensão ganhou retoques em prol da estabilidade, e o acabamento interno mudou. O painel adotou materiais em preto brilhante e de textura mais agradável, enquanto os bancos ganharam couro bicolor com costura pespontada.
Caso isso não convença o suficiente, a Chevrolet tem o orgulho de dizer que os motores da Trailblazer estão mais que à altura do seu porte. Assim como na S10, o motor 2.8 turbodiesel se manteve intacto, ficando nos 200 cv e 51 kgfm. E assim como na S10, o destaque foi para a unidade movida a gasolina. Porém, se na picape esta atende pelo nome 2.5 Ecotec, aqui o caso é o 3.6 V6 SIDI: ele também recebeu o sistema de injeção direta, e com isso passou à potência de 277 cv e ao torque de 34,5 kgfm, com consumo e emissões 4% menores. Este motor também conta com bloco em alumínio e ferro, quatro comandos de válvulas continuamente variáveis, pistões de alumínio refrigerados a óleo e coletor de exaustão integrado ao cabeçote.
Ambas opções usam câmbio automático de seis marchas, que por sua vez foi recalibrado para ganhar em suavidade nas trocas. A Trailblazer é sempre vendida na versão de topo LTZ, de forma que traz itens de série como airbags laterais e de cortina, assistente de partida em rampas e de descida, controles de estabilidade, tração, e balanço de reboque, banco do motorista com regulagens elétricas, lanternas em LEDs, rodas de liga leve aro 18” e a central de entretenimento MyLink, que inclui câmera de ré e navegador GPS. Usando o motor movido a gasolina, o SUV custa R$ 147.790. Já passando à unidade que queima óleo diesel, o preço vai para R$ 173.490.