Quando a Renault lançou o Sandero, sete anos atrás, a intenção era cair no gosto do consumidor brasileiro de vez. Quem deveria ter feito isso originalmente era o Clio, mas ele nunca conseguiu enfrentar a concorrência de verdade. Assim, depois de nove anos os franceses decidiram que não queriam mais perder tempo. Lançaram um modelo que foi projetado com foco nos países emergentes, e não hesitaram em seguir as tendências regionais que cada um veio a ter. O esforço não foi pequeno, mas tampouco o foi a recompensa: O carro deste artigo é o mais novo capítulo do que já virou uma história de sucesso.
Uma explicação simples para o sucesso do Sandero Stepway é ter conseguido não só unir as qualidades de várias classes de automóveis, mas também tê-lo feito na medida certa. O modelo convencional já agradava pela cabine avantajada, porque atendia as necessidades de muita gente sem precisar migrar para um sedã ou uma minivan. Em paralelo, ter estilo próprio atraiu quem não levaria um Logan, mas sem chegar a privá-lo das vantagens do projeto compartilhado com este. Já quando se passa ao Stepway, soma-se o fato de que a decoração exclusiva seduz tanto pelo capricho visual como pelo melhor preparo para enfrentar as condições de rodagem do país. Com isso, não era de se estranhar que ele tenha feito tanto sucesso.
Hoje, depois de se tornar comum nas ruas não só da América Latina como também nas da Europa (lá como Dacia), a versão Stepway se adaptou à nova fase do Sandero. A versão estrangeira já tinha sido mostrada há meses, mas lá ela é tida como apenas uma a mais. Já no Brasil, ele foi feito para o destaque. Seu parachoque dianteiro conseguiu fazer toda a diferença em relação ao Sandero comum sem sequer mudar farois e grade: os novos vincos e as novas posições dos demais elementos reforçaram a sensação de imponência que já vem do próprio porte. As laterais, por sua vez, trazem seção inferior em plástico preto, rodas exclusivas e rack de teto. Atrás, o parachoque cria conexão visual com o dianteiro e as lanternas ganharam fundo cinza.
Quanto ao interior, os destaques são mais restritos ao acabamento. Painel e quadro de instrumentos passam a vir no famoso preto brilhante, ao passo que as saídas de ar e o velocímetro ganharam aro laranja. Continuando a imagem de carro pseudo-aventureiro, os detalhes cromados foram reduzidos às maçanetas internas: nem tanto para simular luxo, mas sim para facilitar sua localização à noite. Como já era de se esperar, a lista de equipamentos o posiciona no topo da linha Sandero. Um dos destaques é a central de entretenimento MediaNAV, cuja tela de 7” concentra as funções de ar-condicionado (que aqui é automático), áudio, conectividade e navegação. O que ela inaugura são as Eco-Coaching e Eco-Scoring, que incentivam um uso mais eficiente.
Outros equipamentos já são típicos de carros em sua faixa de preço: controle de cruzeiro, rodas de liga leve aro 16” e trio elétrico, entre outros. Outra vez seguindo o padrão da versão convencional, o Sandero Stepway só conta com o motor 1.6 8v, que alcança potência de 106 cv e torque de 15,5 kgfm. Ele pode usar câmbio manual (custando assim os R$ 48.650 iniciais) ou o recém-lançado automatizado Easy’R, ambos de cinco marchas. Um detalhe muito interessante é que a Renault aproveitou seu lançamento para mudar o site brasileiro, deixando-o em sintonia com o modelo utilizado na Europa. O configurador, por exemplo, ganhou interface muito mais atraente e exibe imagens de alta resolução com visualização em 360°.