Era apenas uma questão de tempo. Como a Volkswagen apresentou o redesenho do Fox algumas semanas atrás, não havia razão para fazer a irmã esperar demais. Um dos destaques dos alemães no Salão do Automóvel deste ano foi a renovação da SpaceFox, como o mais novo passo na ofensiva à hegemonia que a arquirrival Fiat mantém entre as categorias de automóveis compactos. Porém, por mais que suas evoluções tenham sido interessantes, a “sportvan” imita o hatchback do qual deriva também nos defeitos que insiste em arrastar. Comparado à concorrência, será isso suficiente?
Enquanto o facelift de 2009 lhe fez evoluir por completo, a SpaceFox de agora traz novidades mais concentradas. Por fora, as atenções logo vão para a nova dianteira. A explicação oficial é que ela foi inspirada nos Volkswagen mais recentes em geral, mas não é difícil de ver que a “musa” foi mesmo o Golf. Essa prática é muito comum, mas precisa ser executada com cuidado. Aqui, o projeto original da perua quis incluir qualidades de minivan, e por isso chegou a uma silhueta bem alta. Já o novo Golf foi criado com enfoque na esportividade, e isso gerou traços bem mais esguios. Ambas ideias são muito boas por separado, mas não tanto quando se unem – se no Fox a dianteira já parecia “caída”, o tamanho maior da perua só acentua esse efeito.
Como laterais e traseira permaneceram intocadas, é hora de entrar no carro. Mudanças visuais não há, assim como no hatchback, mas está lá a nova central de entretenimento da linha, integrando a lista de itens opcionais junto com assistente de partida em rampas, controles de estabilidade e tração e novo volante multifuncional. De série, a perua incorporou sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e somou aos farois de neblina a função de conversão estática – quando o carro dobra, a luz do lado de dentro da curva se acende. No mais, trata-se da mesma perua que já é figura corriqueira no país. Mudanças tão restritas são uma atitude questionável para um carro que já superou a década e que ainda recebeu a função de competir numa categoria superior.
No mesmo evento, a Volkswagen já mostrou também a nova Space Cross. A vocação pseudo-aventureira reforçou a discrição do visual externo com grade dianteira tipo colmeia, luzes auxiliares maiores, seção inferior em plástico preto com detalhes prateados, e parachoque dianteiro com desenho mais agressivo. Por dentro, ela se diferencia da SpaceFox com acerto específico da suspensão e a adição de controle de cruzeiro, sensores crepuscular e de chuva, retrovisor eletrocrômico, sistema “Coming & Leaving Home” e o modo de condução Off-Road, disponível somente com o câmbio automatizado I-Motion. Porém, falar da parte mecânica mereceu uma menção à parte quando o Fox foi apresentado, e merecerá o mesmo agora.
Em vez de aproveitar o apelo de modernidade que tenta passar com as reformas visuais, a Volkswagen insistiu em oferecer o motor 1.6 de oito válvulas, vendido no país há mais de dez anos. Dessa vez, ele será oferecido somente nas versões Comfortline e Highline, de forma que será exclusivo do veículo que atende por SpaceFox. A variação Space Cross, por sua vez, imita os primos Gol Rallye e Saveiro Cross, e ganha o moderno 1.6 16v MSI de maneira exclusiva. Ele é bicombustível de até 120 cv, e troca o câmbio manual de cinco marchas do outro por uma caixa de seis. Além disso, agora é só ele que oferece o I-Motion que se mencionou, este já em sua nova geração. Ainda não se têm informações sobre os preços da linha.