No mundo dos carros as recentes tendências vêm provando que por mais cálculos que se usem ao projetar um modelo, nunca vai existir uma regra de “certo” ou “errado” infalível. O Ford Fiesta europeu, por exemplo, passou três gerações com retoques leves e agora muda todo o projeto a cada uma. Já o Civic começou mudando radicalmente sempre, mas sua última geração focou em outros aspectos, fazendo o design parecer atualização do anterior.
Tantos problemas em Japão e Tailândia acabam por trazer problemas com o fornecimento, mas o modelo finalmente chegou ao país. A impressão que o exterior passa é de um agradável upgrade geral em relação ao antigo. As linhas ficaram mais volumosas e elegantes, sobretudo a frente, e a traseira está mais alta e com lanternas mais vistosas e de formato mais regular. Alguns detalhes chamam a atenção, como o vinco que começa no lado do parachoque dianteiro e vai subindo pelas portas até terminar no parachoque traseiro. Outros já não pertencem ao Civic vendido nos EUA, como os faróis elipsoidais e os refletores que ladeiam a moldura da placa traseira.
Já a cabine melhorou tanto que representa bem melhor os 95% de peças novas que este Civic tem em relação ao antigo. Se o painel com suas linhas “tortas” pode lembrar os duplos cockpits da Chevrolet, fato é que ganhou ares um tanto mais conservadores, mas com muito requinte e sem perder detalhes que caracterizaram o anterior, como o painel digital. É o caso da tela de computador de bordo de 5” para personalizar detalhes do carro, e de uma segunda tela, esta de 6,5” e exclusiva da versão de topo. Falando nas versões, elas continuam com os nomes LXS, LXL e EXS, mas infelizmente perdemos a esportiva Si. Novidade interessante é aumento do porta-malas, de 340 litros para 449.
O modelo procurou atender às críticas quanto aos equipamentos e parece tê-lo feito muito bem: a versão básica já traz ar-condicionado automático, airbag duplo, direção elétrica, volante multifuncional em couro, freios com ABS e EBD, sistema de som multimídia e trio elétrico. A intermediária LXL agrega sensor crepuscular, bancos de couro e luzes de direção nos retrovisores. E a EXS incorpora controles de tração e estabilidade, sidebags, farois de neblina, rodas exclusivas, detalhes internos em prata e o sistema de som com Bluetooth, dois tweeters e a tal segunda touchscreen para controlá-lo em vez dos botões das outras versões. Segundo a Honda, os preços devem oscilar em não mais de 1% comparados aos antigos.
Ele preserva o 1.8 16v flex mas com leves alterações, dentre elas o torque que chega um pouco mais cedo. Já o câmbio permanece de cinco marchas tanto manual como automático, este de série na EXS e opcional nas outras. Um recurso que todo Civic agora traz é o modo Econ, acionado por um botão verde no painel. Ativá-lo altera uma série de configurações, como trocas do câmbio automático em rotações mais baixas, acelerador de respostas mais lentas e mais uso da recirculação pelo ar-condicionado. E o painel incentiva o motorista a dirigir de forma econômica ao passar suas barras à cor verde.