A livre concorrência traz fenômenos interessantes. Em 2009 a Mini decidiu se aventurar aqui com um Cooper luxuoso e caro. Acabou agradando a ponto de motivar a vinda de mais versões. Porém, logo as outras marcas acenaram com Audi A1 e smart fortwo, entre outros. Mas cada uma fez seu ataque, como a Fiat ao despencar o preço do 500 com sucesso em vendas. Agora a Mini tenta responder com o One, mas parece ter perdido a mão.
Esses modelos são os chamados “carros de imagem”. Não são expoentes em espaço interno, requinte ou desempenho, mas apresentam um desenho de fortíssima personalidade. Ou seja, conformam uma compra extremamente emocional, seja ao apostar em modernidade interior e exterior como o Citroën DS3, ou embalar a primeira num desenho que remete aos Mini dos anos 60. A ideia do One é de cortar uma parte do excesso de luxo das outras versões para conseguir um preço melhor. Mas mesmo com o câmbio automático, como a versão básica de um carro tão pequeno pode custar R$ 78.950?
A principal contenção de custos deve estar no motor, que é a versão do 1.6 com apenas 98 cv, a menor entre todos os Cooper. Pelo menos seu pacote de itens de série é bem generoso, trazendo seis airbags, ar-condicionado, direção elétrica, freios ABS, controle de estabilidade, computador de bordo e farois de neblina. Seu ponto fraco é mesmo a caixa automática, mas não pelo equipamento em si, já que é moderno e de seis marchas. O problema mesmo é que só isso agregue R$ 9 mil a um preço já salgado, enquanto o Cinquecento oferece seu automático pela metade e o Dualogic por um quarto disso.